José Mota é um dos treinadores mais experientes na I Liga e volta este ano a iniciar a temporada no Vitória de Setúbal, com confiança e boas expectativas sobre o trabalho que tem sido feito na pré-época.
Em entrevista ao SAPO Desporto, o técnico português ambiciona fazer um campeonato tranquilo, tornar-se um ‘outsider’ na luta pelos lugares europeus e projetar jovens talentos sadinos na Liga.
Quais são os objetivos desportivos para esta época?
Os objetivos desportivos devem definir-se em vários aspetos. Queremos uma equipa competitiva, com qualidade no seu futebol e que pretende fazer um campeonato tranquilo, reforçando esse objetivo jogo a jogo, com toda a determinação para tentar vencer. É preciso uma grande atitude no dia-a-dia para um campeonato tranquilo e que todos os vitorianos gostem. É isso que nós pretendemos e sabemos que temos de trabalhar muito, ser sérios, ter muita atitude e ambição.
Que balanço faz da pré-época e dos trabalhos com o novo plantel?
O balanço é muito positivo, porque integraram-se muitos jogadores novos. Também ficámos com jogadores da época passada, mas há uma mescla de experiência com irreverência. Mas estou muito contente com o trabalho que tem sido desenvolvido neste mês e poucos dias de pré-época. Acho que a integração dos jogadores tem sido quase perfeita e eles têm assimilado o que nós pretendemos. Sou um treinador contente.
Está satisfeito com as soluções que o plantel apresenta para a época 2013/2014?
É claro que estou satisfeito. Este trabalho de início de época tem dado para avaliar o que os jogadores podem ser ao nível do campeonato. Têm tido prestações muito positivas e temos uma equipa organizada, coesa, com ambição e que pode ter um papel importante no campeonato.
Quem poderá ser o próximo campeão nacional?
Isto é sempre baseado em dois clubes: Benfica e FC Porto, que vão lutar pelo título. Numa situação diferente, talvez Sporting e Braga possam intrometer-se, embora pareçam um pouco distantes. Depois, todos os outros lutarão pela Europa e manutenção. Espero um campeonato na linha dos anteriores.
Que equipas vão entrar na luta pela Europa?
Há sempre oportunidade para ‘outsiders’, nomeadamente na Liga Europa. Para a próxima época o meu desejo é que fosse o Vitória que se pudesse intrometer, mas vamos ver... Depois há clubes tradicionais nessa luta, como Guimarães, Marítimo e Nacional, que são equipas com ambições. Não digo que o Vitória lutará por esse objetivo, mas há sempre ‘outsiders’.
Que equipas podem descer?
Muitas vezes isso depende dos orçamentos. O Vitória tem lutado pela manutenção, mas tem de ser com qualidade, valorizando os atletas. Queremos valorizar atletas para que possam ser rentabilizados mais tarde. Se tivermos estabilidade poderemos ter a mesma ambição de um campeonato tranquilo.
Que jogadores podem ser a surpresa deste campeonato?
Não vou responder, pois sabemos que será sempre pelas mais-valias financeiras que os grandes clubes têm. A qualidade dos jogadores de FC Porto e Benfica será obviamente diferente do valor dos jogadores das outras equipas e poderão sair daí com mais naturalidade as revelações deste campeonato.
Que ambições pessoais tem para a época 2013/2014?
A nível pessoal quero ganhar todos os jogos. Sei qual é a minha realidade e o que podemos encontrar, mas a realização pessoal é ganhar e ter uma equipa que seja competitiva, organizada e que encare todos os jogos para vencer.
O campeonato volta a iniciar-se com a quase totalidade dos treinadores a serem de nacionalidade portuguesa. Isso é mais uma prova de qualidade dos treinadores portugueses?
É a prova inequívoca do valor dos treinadores portugueses. Por essa Europa fora temos treinadores portugueses. Neste momento temos dois num dos maiores campeonatos do Mundo, o futebol inglês [José Mourinho e André Villas-Boas]. Isso já diz muito… temos também muitos treinadores nas seleções, como o Carlos Queiroz [Irão], por exemplo. Isso só vem confirmar a qualidade dos treinadores portugueses. Em algumas atividades ainda estamos no top internacional e uma dessas é na qualidade dos treinadores.
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