Alguns sócios do Sporting tentaram agredir Álvaro Sobrinho. O presidente da Holdimo, empresa que detém 30 por cento da SAD o Sporting teve de ser escoltado pela Polícia para fora do Altice Arena, avança a imprensa.

O 'Diário de Notícias' disse que Sobrinho se tinha barricado numa casa de banho do pavilhão, algo negado por uma fonte do empresário ao diário 'Record'.

O empresário angolano fez-se acompanhar de dois seguranças privados para entrar na AG no Altice Arena. De recordar que Sobrinho tem sido um dos principais críticos da gestão de Bruno de Carvalho.

Já depois do incidente, Sobrinho contou a sua versão dos factos.

"Houve tentativa de agressão quando estava na fila para votar, mas não fui agredido. As pessoas a cargo da segurança acharam que não devia permanecer na fila e saí. Continuo na expectativa de poder votar, porque isso não pode ser negado a um sócio do Sporting. Os que me queriam agredir eram poucos, gente radical que não tem nada a ver com os milhares de pessoas que estão no pavilhão", reportou o empresário, em declarações ao jornal OJogo.

O presidente da Holdimo acusou Bruno de Carvalho de ser o principal responsável pela tentativa de agressão de que foi alvo.

Bruno de Carvalho aponta a responsabilidade a toda a gente, mas a responsabilidade desta situação é dele. Ele é incendiário e não consegue perceber o que é a democracia. Não percebe que incitações à violência causam problemas destes", atirou.

Sobrinho já tinha falado à entrada do Altice Arena, onde disse esperar uma votação “contundente no sentido de mudar a vida do clube para melhor”, na Assembleia Geral de destituição do Conselho Diretivo.

“Espero que a votação seja contundente no sentido de mudar a vida do clube para melhor. É importante votar num novo modelo, gestão e esperança para os sportinguistas”, afirmou o empresário angolano.

Álvaro Sobrinho, que marcou presença na Assembleia Geral de destituição, disse ainda que não foram feitos danos irreversíveis durante a crise dos 'leões', mas revelou que desconhece a atual situação financeira do clube.

“Não sei como está a situação financeira atual do Sporting”, disse o sócio ‘leonino’, mas afirmou não acreditar em danos irreversíveis no clube, "porque tudo na vida se pode reverter”.

O presidente da empresa angolana destacou também o número de pessoas presentes, dizendo que isso “é a significativa necessidade que as pessoas têm de assumir um Sporting diferente”.

A Assembleia-geral foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.

De resto, afigura-se como muito provável que esta venha a ser uma das AG mais concorridas da histórica do clube, se não mesmo a mais concorrida, dado o número de sócios que se tem deslocado ao Altice Arena, havendo duas longas filas de espera para aceder ao interior do recinto.

Os sócios do Sporting reúnem-se hoje para a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.

Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.

Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário, que decorre no Altice Arena, em Lisboa.

Em vésperas da AG, o presidente 'leonino' afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.

A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.

Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.

A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.

Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.

*Artigo atualizado com as declarações de Álvaro Sobrinho