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Em causa estão os terrenos onde o Sporting pretende construir o pavilhão.
Um grupo de sócios do Odivelas F.C. contesta o acordo entre a Câmara local e o Sporting e reivindica a posse de parte dos terrenos do complexo de Porto Pinheiro, onde os leões pretendem construir um polo desportivo.
«Isto é uma história mal contada. A atitude do município foi intempestiva», afirmou à agência Lusa o porta-voz do grupo de sócios do Odivelas, José Moreira, sublinhando que existe um plano para “reerguer o clube”, que está em processo de insolvência.
O mês passado a Câmara de Odivelas anunciou que estabeleceu uma parceria com o Sporting para a cedência em direito de superfície do complexo desportivo de Porto Pinheiro, ficando o clube leonino responsabilizado de investir cerca de quatro milhões de euros na reabilitação daquela infraestrutura.
Na altura o presidente do Sporting Clube de Portugal, Godinho Lopes, explicou que os “leões” pretendem utilizar o complexo para instalar uma escola de formação de futebol sub-13/14, para realizar os jogos da equipa B (Liga de Honra) e para fomentar a prática de várias modalidades, nomeadamente o atletismo.
A proposta foi votada favoravelmente em reunião de câmara, mas carece de aprovação da Assembleia Municipal, que decorre hoje à noite nos Paços do Concelho de Odivelas.
O grupo de sócios que contesta este acordo refere que parte do terreno onde o Sporting pretende concretizar o seu projeto foi doado ao Odivelas F.C. em 1982 e que é através dele que pode ser possível salvar o clube da insolvência.
«Temos provas de que o antigo palacete da Quinta do Porto Pinheiro e os jardins circundantes foram doados ao nosso clube. É com esses elementos que nos vamos apresentar hoje na sessão da Assembleia Municipal», apontou José Moreira.
O antigo dirigente do Odivelas F.C. lembrou ainda que o município tinha um acordo assinado como o Sport Lisboa e Benfica que poderia ser “vital” para salvar o clube da insolvência.
«Os 300 mil euros que o Odivelas recebeu do Benfica eram suficientes para liquidar a insolvência, com o contributo do município, caso este quisesse salvar a nossa instituição», criticou.
Confrontada com estas críticas, a Câmara de Odivelas emitiu um comunicado no qual nega que exista qualquer impedimento para a concretização do acordo com o Sporting e reafirma que “tudo fez para evitar a insolvência” do Odivelas Futebol Clube.
“Só após o despacho judicial que ordenou a liquidação do Odivelas é que a Câmara, enquanto proprietária dos terrenos, procedeu à reversão dos mesmos. Todos os terrenos objetos de reversão são propriedade e encontram-se registados em nome do município de Odivelas”, esclarecem.
O futuro dos terrenos do Odivelas F.C., que compreendem o Estádio Arnaldo Dias, campos de treino adjacentes e um pavilhão polidesportivo, pode ficar assim decidido esta noite após a aprovação ou não do acordo entre o município e o Sporting em sede de Assembleia Municipal.
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