Nunca o cântico "só eu sei porque não fico em casa" fez tanto sentido como nesta temporada, os adeptos leoninos foram o 12.º jogador em campo e tornaram o Estádio José Alvalade numa fortaleza impenetrável, casa de um leão que parece impossível de domar e que permanece invencível.
Neste que é o segundo título de campeão nacional de Rúben Amorim no comando técnico dos leões, há um elemento que coloca os dois campeonatos a anos luz um do outro: a presença de público nas bancadas.
"Tornámos Alvalade um campo difícil para os adversários pelos adeptos que temos": Foi assim que Rúben Amorim descreveu o fator casa depois do derradeiro jogo frente ao Vitória SC, que assinalou a 15.ª vitória em casa para o Sporting na temporada.
A análise, os protagonistas e as fotos no especial Sporting Campeão 2023-24
A verdade é que o Estádio José Alvalade foi um dos fatores-chave na conquista do título pelo Sporting e a 'força' que o emblema verde e branco teve em casa afastou os leões dos rivais diretos que perderam pontos nas respetivas casas. No caso do Benfica são menos quatro pontos em relação ao Sporting na luta pelo título, depois dos empates contra Casa Pia e Farense, já o FC Porto tem menos doze pontos em casa, devido aos empates com Arouca, Rio Ave e Famalicão e às derrotas com Estoril e Vitória SC.
Apesar de ter terminado invencível em 2020/2021, o Sporting acabou por empatar por quatro vezes. Para recuarmos há última temporada 100% vitoriosa em casa do Sporting temos de recuar 44 anos... a 1979/1980, na altura com um registo perfeito de 15 vitórias. Antes disso, apenas em 1953/1954, 1946/1947 e 1939/1940 os leões tinham conseguido o pleno de vitórias em casa, na altura com 13 triunfos.
A nível nacional a última equipa que tinha conseguido terminar a temporada sem perder pontos em casa foi o FC Porto, comandado por José Mourinho, em 2003/2004, com 17 jogos ganhos.
Vinte anos depois, a fortaleza de Alvalade até começou por 'tremer', com o 3-2 frente ao Vizela, em que a vitória só foi consumada por Viktor Gyokeres no tempo de compensação, aos 90'+8'.
Mas as goleadas frente a Estoril, por 5-1, ao Casa Pia, com os expressivos 8-0, ao SC Braga, por 5-0 ou frente ao Boavista - num jogo em que os leões ainda começaram a perder -, por 6-1, demonstram a importância que o fator casa teve na caminhada do Sporting para o título.
Para além de ter vencido todos os rivais diretos em casa, apenas frente ao Benfica é que os leões tiveram a tarefa mais complicada, uma vez que ganharam pela margem mínima, já no tempo de compensação. Por sua vez, frente ao FC Porto (2-0), ao SC Braga (5-0) e ao Vitória SC (3-0) os verdes e brancos 'amealharam' os três pontos com, inclusive, duas goleadas.
O registo 100% vitorioso tem levado a marés verdes e brancas rumo ao estádio e, quase sempre, com direito a saírem de 'barriga cheia', uma vez que, o Sporting apresenta uma média de cerca de três golos por jogo.
O apoio dos adeptos tem se feito sentir em massa e os leões preparam-se, inclusive, para bater o recorde de presenças desde que inaugurou o estádio em 2003, já que a média ultrapassa os 40 mil espectadores ao longo da época, o que representa uma ocupação média de 79,97%.
O Sporting sagrou-se hoje campeão nacional de futebol pela 20.ª vez, beneficiando da derrota do Benfica na visita ao Famalicão, por 2-0, na 32.ª jornada da I Liga, para chegar ao título.
Com este resultado, o Sporting, que no sábado venceu em casa o Portimonense (3-0), volta a conquistar o título, depois do último em 2020/21, somando 84 pontos, mais oito do que o Benfica, quando estão apenas duas jornadas por disputar.
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