O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) defendeu hoje “tolerância zero” relativamente à viciação de resultados no futebol (´match fixing´), um fenómeno que ameaça “a integridade das competições”.
“A nossa posição é clara: tolerância zero. Os resultados combinados são um fenómeno à escala global que ameaçam a integridade das competições e colocam em causa os valores do desporto”, acentuam, em comunicado.
Em declarações à agência Lusa, fonte policial indicou hoje que cinco futebolistas e um membro da claque Super Dragões, afeta ao FC Porto, são os seis detidos no âmbito da operação 'Jogo Duplo', que investiga viciação de resultados no futebol.
A mesma fonte revelou que, à época dos factos, três jogadores representavam o Oriental, um o Penafiel e outro o Académico de Viseu, acrescentando que as ações investigadas dizem respeito sobretudo à época 2014/15, mas também à temporada 2015/16, durante as quais estes clubes alinharam na II Liga de futebol.
Segundo a mesma fonte, estas detenções e a constituição de outros oito arguidos estão relacionadas com uma rede asiática de viciação de resultados, nomeadamente com ligações a empresários malaios.
“A classe dos jogadores não se revê nestas práticas. Temos consciência da sua dimensão, mas o comportamento de alguns não pode colocar em causa todos. É por isso que as autoridades (…) devem ser céleres e eficientes. Levar até às últimas consequências os processos e punir exemplarmente os culpados”, acrescenta o SJPF.
Em comunicado hoje divulgado, a PJ adianta que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da operação ‘Jogo duplo’, na qual, em maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.
A investigação decorre há cerca de um ano e tem como objeto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do ‘match fixing’ (viciação de resultados) de competições oficiais de futebol.
Na segunda fase da operação ‘Jogo Duplo’, além dos seis detidos, a PJ efetuou 16 buscas domiciliárias em diversas localidades, nomeadamente Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde e apreendeu diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa.
Os seis detidos serão agora presentes ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
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