Sérgio Conceição fez a antevisão ao duelo deste sábado, contra o Moreirense (20.30 horas), a contar para a 18.ª jornada da Primeira Liga. O adversário desta jornada foi bastante elogiado, sendo que o treinador dos dragões coloca os cónegos num patamar de excelência.
"O Moreirense é o verdadeiro campeão de inverno, por o que tem feito ao longo destes meses. Tem vencido jogos, conquistado pontos e perde muito poucos. Tem só menos um ponto fora do que nós e trabalha muito bem defensivamente. Com bola é uma equipa que sabe o que faz nas várias fases do jogo. Será um bom adversário e cabe-nos fazer o que trabalhamos para ganhar estes pontos importantes", avisou o técnico, que ainda deixou uma nota relativamente à divulgação da comunicação do VAR nos estádios.
"Tudo o que seja para melhorar a verdade desportiva é bem-vindo. Já falei muitas vezes sobre o VAR e situações que se passam no nosso futebol", disse Conceição.
André Villas-Boas anunciou a candidatura às eleições do FC Porto, mas o treinador dos dragões relativizou a importância do período eleitoral neste momento. "Não tenho nada a pedir aos candidatos às eleições do FC Porto. Estamos a falar de um clube onde a massa associativa está ao rubro e isso é importante. Partilhar ideias e ter essa discussão é importante, mas isolamos essa vida eleitoral do Olival e do nosso trabalho aqui. É importante os jogadores estarem tranquilos e continuarem a fazer o seu trabalho. Há sempre ruído no futebol português, especialmente com o FC Porto, mas somos empregados do clube estamos preocupados em trabalhar e fazer o nosso melhor pelo clube. As eleições são um tema importante na vida do clube, mas para mim, treinador do FC Porto, há temas mais importantes neste momento", considerou.
Os azuis e brancos têm pecado no capítulo dos golos marcados, em comparação com outras épocas de Conceição á frente da equipa, mas isso não preocupa o treinador do FC Porto.
"Bastavam 34 golos para ser campeão, se não sofrêssemos nenhum. Já falámos da eficácia, especialmente da que temos demonstrado na Liga dos Campeões, mas as últimas exibições coincidem com resultados volumosos e dão-nos a sensação de que estamos no caminho certo. Se conseguirmos marcar mais para nos tranquilizar e o espetáculo ser melhor para os adeptos, melhor. Se só ganharmos por 1-0 também fico satisfeito. A minha principal preocupação é ganhar o jogo", acredita, ressalvando ainda que é tudo pensado e que os jogadores que entram no onze não são escolhidos pelos adeptos.
"Com os jogadores disponíveis tivemos vitórias e isso é importante, mas nós vamos sempre mudando ao longo do tempo. Sendo em que tática for há tudo o resto e os jogadores têm de andar, com e sem bola. Mudar só por mudar, porque houve um peditório para a igreja do FC Porto, porque temos de meter jogadores que 'a olho' parecem os jogadores melhor apetrechados para dar espetáculo para as bancadas... isso comigo não é assim. Isto requer trabalho ao longo do tempo, até porque já mudámos, seguramente, dez vezes a nossa forma de jogar ao longo destes anos".
Nico González e Francisco Conceição parecem ter encontrado o seu espaço no onze titular, mas Sérgio Conceição atribui o mérito aos próprios, destacando a capacidade de terem percebido o que a equipa precisa. no caso do espanhol, o técnico explicou o que mudou neste período.
"Intensidade não é dar porrada a ninguém. Para um médio é perceber os cinco momentos do jogo, incluindo o sexto que é talento e que o Nico tem. É preciso é que quando ele mete esse talento em jogo meta os outros também e ele está em boa forma, como estão outros jogadores do plantel. O FC Porto não depende de um treinador, de um jogador, nem de ninguém que trabalha aqui nos diferentes departamentos. O nico teve uma travessia difícil, que levou a algum desconforto familiar da parte dele e o que mais me importa é que compreendeu que para jogar há uma bola, estão 11 adversários do outro lado e estão 10 a jogar com ele, por isso tem de meter cá para fora o talento e a equipa tem de ganhar com isso. Neste momento já percebeu o que tem de fazer e isso é mérito dele porque mesmo quando não foi convocado deu o máximo sempre. Costumo-me preocupar mais com os que não jogam porque os outros já estão satisfeitos. Agora vai ter de esperar pelos próximos jogos para ver se entra nas opções".
Já quanto a Francisco Conceição, o treinador acredita que a passagem pelo Ajax o ajudou.
"O Francisco jogou pouco na Holanda mas essa travessia no deserto fez-lhe bem. Isso faz bem aos jogadores, até para crescerem como homens. Ajuda-os a perceber que isto é um Mundo competitivo e que exige muito. Se não estivermos sempre no máximo é difícil e eles têm de pensar que têm algo fantástico para estar numa equipa como a do FC Porto. Depois há toda uma vida onde têm de se cuidar e andar focados, o que não quer dizer que não haja tempo para a família e para os amigos, mas o futebol tem de ser a prioridade", ressalvou.
A fechar, Conceição explicou ainda a indisponibilidade de Gonçalo Borges para o duelo com o Moreirense. "Gonçalo Borges levou 15 pontos no pé, numa altura em que estava bem e precisávamos daqueles 15 pontos para a classificação. Neste momento teve a infelicidade de ter a lesão e é impeditiva para amanhã", concluiu.
O FC Porto segue na terceira posição da Primeira Liga, com 38 pontos, enquanto o Moreirense é sexto classificado, com 29.
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