Os dois seguranças de uma empresa privada alegadamente agredidos por cinco jogadores do FC Porto no túnel do estádio da Luz, a 20 de dezembro de 2009, pedem aos "dragões" uma indemnização civil superior a 45 mil euros.
No documento a que a agência Lusa teve acesso, Sandro Correia, um dos dois assistentes de recinto desportivo que apresentou queixa judicial contra os jogadores, requere uma indemnização de 30.000 euros ao FC Porto pelos atos perpetrados por Hulk, Helton e Sapunaru.
Sandro Correia fundamentou o pedido pelas consequências físicas e psicológicas que resultaram das agressões sofridas no final do jogo da 14.ª jornada da temporada de 2009/2010, que terminou com a vitória do Benfica sobre o FC Porto, por 1-0.
«A FC Porto, SAD tem disponível um montante que ronda os 25 milhões de euros para pagar salários aos seus cerca de 25 profissionais, pelo que parece razoável supor e exigir-lhe que também disponha de meios financeiros adequados a pagar uma indemnização», refere-se no requerimento.
É salientado ainda que a indemnização destina-se a ser doada a uma instituição e ao valor pedido acresce os juros vencidos até à data da interposição do pedido, a 19 de outubro, e os vincendos até efetivo e integral pagamento.
O outro assistente de recinto desportivo que apresentou queixa, Ricardo Silva, pretende ser ressarcido em 15 mil euros pelas agressões perpetradas por Sapunaru, Cristian Rodriguez e Fucile, responsabilizando igualmente o FC Porto pela liquidação, com a mesma fundamentação de Sandro Correia.
A este valor acresce 1.096,40 euros de juros contabilizados até 18 de outubro, data da diligência, e o montante de indemnização que o tribunal analisará, também com os juros vincendos, será «para transmitir à comunidade».
O Ministério Público (MP) deduziu acusações contra os cinco jogadores do FC Porto, depois de dar como provadas as agressões, com murros e pontapés, a Sandro Correia, que lhe provocaram traumatismo na face e num membro inferior, e a Ricardo Silva.
Os jogadores do FC Porto alegaram que foram injuriados e difamados pelos seguranças e, após o despacho de acusação do MP, requereram a abertura da instrução do processo, que se prolonga por seis meses.
«Não se poderá excluir que tenham ocorrido injúrias entre ambas as partes, uma vez que o sistema de vigilância [o túnel da Luz] não é possuidor de sistema de recolha de sons», concluiu o relatório da Divisão de Investigação Criminal da 3.ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública.
Pelos incidentes, a Comissão Disciplinar da Liga suspendeu Hulk por quatro meses e Sapunaru por seis e arquivou o inquérito ao guarda-redes Helton.
As decisões mereceram recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, que reduziu o castigo a Hulk para suspensão de três jogos e a Sapunaru para quatro.
O brasileiro esteve privado de atuar em 18 jogos da Liga portuguesa de futebol e o romeno acabou por ser emprestado ao Rapid de Bucareste, desde janeiro até julho de 2010.
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