Na grande entrevista que dá à revista GQ, Bruno Fernandes recordou o dia em que aconteceu o ataque à Academia de Alcochete, em maio do ano passado, e considera que foi um "erro" a equipa ter disputado a Taça de Portugal contra o Desportivo das Aves.
"Se senti medo? Sim, nesse dia se não fosse a Polícia [ter chegado e recolhido depoimentos], eu tinha-me ido logo embora. Vesti-me e disse, 'foi um prazer jogar convosco', saí e, quando estou a deixar as instalações, chega um carro da Polícia que me pára e diz que tenho de prestar declarações e que não podia sair. Mas até já tinha ligado para a minha mulher a dizer-lhe para arranjar as coisas que íamos arrancar para o Porto", afirmou o capitão do Sporting.
"Aquela mensagem de voz que andou a circular por aí no Whatsapp é mesmo do meu cunhado, que é namorado da irmã da minha mulher. Nem tudo o que ele diz ali é verdade, porque ainda estava tudo muito confuso, mas era mesmo a voz dele e eu tinha tudo preparado para regressar ao Porto. Se a polícia não me parasse à saída da Academia, eu tinha-me ido embora e não tinha voltado mais, não tinha sequer jogado a final da Taça de Portugal", prosseguiu.
Sobre a final da Taça de Portugal, Bruno Fernandes considera que entrar em campo no Jamor para defrontar o Desportivo das Aves não foi a melhor decisão.
"Foi um erro nosso, não devíamos ter jogado esse jogo. Culpo-nos a nós jogadores, porque cedemos à pressão que existiu tanto da parte da FPF como do Sindicato dos Jogadores", explicou.
Seguiu-se depois a rescisão unilateral e mais tarde o regresso ao Sporting. O médio diz não se arrepender por ter voltado ao emblema de Alvalade.
"Não me arrependo de ter rescindido na altura e voltei para trás porque achei que seria o melhor para mim, mas não por arrependimento. Sempre me senti bem no Sporting, acarinhado. Tive um período difícil depois de voltar, o que é normal, mas já esperava que a reacção de parte dos adeptos não fosse a melhor. Mas não me arrependo porque tive a melhor época da minha carreira", contou.
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