"É seguir o exemplo do FC Porto". As palavras são de Rúben Amorim, treinador do SC Braga, depois de ter sido questionado sobre o facto de a sua equipa não ganhar no Dragão há 15 anos. O técnico referia-se ao triunfo portista em Alvalade, duas jornada antes, onde não vencia há 11 anos. Dito e feito. Os minhotos aplicaram a segunda derrota na I Liga aos azuis e brancos, por 2-1, num embate em que a equipa de Sérgio Conceição ainda desperdiçou duas grandes penalidades.
Fransérgio, aos cinco minutos, e Paulinho, aos 75', apontaram os tentos dos bracarenses, enquanto Soares marcou, aos 58', o golo da equipa da casa, depois de, aos 56', falhar um penálti, repetindo o ‘feito’ de Alex Telles, aos 44'.
Com este resultado, os ‘dragões’ mantêm-se com 41 pontos e podem ficar a sete do líder Benfica, que se desloca hoje ao reduto do Sporting, enquanto o SC Braga passa a somar 27, ao conseguir o terceiro triunfo em três jogos sob o comando de Rúben Amorim.
Sem Pepe e Nakajima, Sérgio Conceição apostou em Mbemba para fazer dupla com Marcano no eixo da defesa, deixando Diogo Leite no banco. Já Wilson Manafá foi titular no lado direito da defesa, subindo Corona para o meio-campo.
No lado dos minhotos, Rúben Amorim voltou a apostar nos três centrais, mas fez duas mudanças em relação ao jogo com o Tondela: Ricardo Horta começou no banco, dando o lugar a Wilson Eduardo na frente de ataque; Murilo passou do onze para a bancada depois da recuperação de Sequeira, que falhou o último jogo por lesão.
O SC Braga não podia ter pedido melhor entrada na partida, com Fransérgio a abrir o marcador logo aos 5 minutos, na recarga a um primeiro remate de Trincão. O árbitro assistente entendeu que Raúl Silva estava fora de jogo e acabou por interferir na visão de Marchesín, tendo anulado o lance. Carlos Xistra foi ver as imagens por indicação do VAR e validou o 1-0 para os minhotos.
Como era de esperar, o FC Porto reagiu bem ao golo e aos 11 minutos Manafá arrancou em velocidade para a área, passou por vários adversários, mas o remate saiu ao lado, com Sequeira a fazer o alívio. Logo a seguir, Marcano desviou de cabeça para a barra, e aos 16’ Raúl Silva apareceu na hora certa para desviar a bola de Corona, que estava sozinho.
Apesar da pressão intensa dos ‘dragões’, o SC Braga continuou a rondar a baliza de Marchesín. Aos 19 minutos, Trincão tentou colocar a bola em Wilson Eduardo para finalizar, mas Danilo apareceu a aliviar. O jogo estava aceso e a equipa de Rúben Amorim começou a mostrar algum nervosismo a nível defensivo. Aos 24’ Matheus atirou contra Marega quando se preparava para despachar a bola, com esta a passar ao lado do alvo, mas o árbitro assinalou fora de jogo. Depois foi Bruno Viana a assustar o guardião dos bracarenses com um atraso que acabou por sair pela linha final.
Antes da meia hora de jogo, o FC Porto reclamou grande penalidade por alegada mão de Bruno Viana, mas Carlos Xistra mandou seguir. Os homens comandados por Sérgio Conceição voltaram a pedir penálti aos 42’ por falta de Raúl Silva sobre Corona, desta feita com sucesso, após análise do videoárbitro. Chamado a converter, Alex Telles acabou por ser travado por Matheus, que defendeu com a perna direita.
A segunda parte começou com uma alteração no lado do SC Braga. Raúl Silva deu lugar a David Carmo, que fez a estreia absoluta pela equipa principal. O FC Porto voltou a entrar pressionante e, já depois de Ricardo Horta entrar por troca com Wilson Eduardo, a equipa de Sérgio Conceição teve nova oportunidade para empatar, e mais uma vez de penálti, a castigar falta de David Carmo sobre Otávio.
Tiquinho Soares atirou ao poste (56’), mas acabou por redimir-se apenas dois minutos depois, antecipando-se a Tormena e a encostar para a baliza deserta, após cruzamento de Marega. Foi o 100.º golo da carreira do avançado brasileiro, frente a uma das suas ‘vítimas’ de predileção. O VAR ainda analisou um possível fora de jogo de Marega, mas acabou por validar a jogada.
Rúben Amorim esgotou as substituições, com Galeno a render Trincão, mas os bracarenses continuavam com dificuldades em reagir à pressão portista. No entanto, acabou por ser a equipa visitante a festejar, aos 75 minutos: canto de Sequeira, Paulinho fugiu à marcação de Mbemba e, ao primeiro poste, penteou a bola de cabeça, fazendo-a entrar ao segundo poste.
Sérgio Conceição não perdeu tempo e lançou Luis Díaz e Aboubakar (saíram Uribe e Marega), mas o FC Porto continuava a falhar oportunidades. Aos 84’ Tiquinho Soares cabeceou para as mãos de Matheus, na sequência de um livre. O SC Braga ainda esteve perto de 'matar' o jogo, mas Mbemba antecipou-se a Paulinho, que já estava preparado para fazer o 3-1 depois de um cruzamento rasteiro de Ricardo Horta. O marcador não sofreu mais alterações e a vitória foi mesmo do SC Braga, 15 anos depois.
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