Depois das goleadas de Benfica e FC Porto, cresciam as expectativas em torno do jogo grande da jornada inaugural do campeonato. E que grande jogo foi este SC Braga-Sporting. Sejamos sinceros: ninguém merecia sair derrotado da Pedreira. Os leões estiveram três vezes em vantagem, mas permitiram o empate outras três vezes, a última perto do fim.
O primeiro tempo na Pedreira foi particularmente interessante. Não só pelos quatro golos, três deles apontados ainda antes dos 20 minutos de jogo, mas pelos bons momentos de futebol proporcionados por duas equipas que pareciam sedentas de voltar a competir. Matheus Nunes mostrou toda a sua qualidade na condução de bola, desbloqueando por duas vezes a partida com as suas ações.
Contudo, Rúben Amorim tem razões para se preocupar com o comportamento defensivo da sua equipa. Houve imensos problemas para controlar o poderio de Simon Banza (primeiro golo em plena estreia pelo SC Braga) e a agressividade de Vitinha – que o diga Gonçalo Inácio. Esta dupla atacante, de resto, deixa boas indicações para as próximas rondas, sobretudo agora que Ricardo Horta está perto de ser confirmado como reforço do Benfica – soou a despedida a forma como o capitão dos arsenalistas se dirigiu aos adeptos no final.
Depois do descanso, o Sporting tentou acalmar o jogo com bola e os minhotos passaram a apostar mais em transições, mas o marcador só voltou a mexer na reta final com as peças lançadas a partir dos bancos. Marcus Edwards deixou o conjunto leonino a acreditar na vitória para Abel Ruiz, cinco minutos depois, garantir que o SC Braga saía com um (merecido) ponto.
O momento
Abel Ruiz faz o 3-3: Rúben Amorim parecia ter encontrado a solução para desbloquear o empate. Rochinha construiu o 2-3, que Marcus Edwards concretizou, quando faltavam sete minutos para os 90. Só que as cartadas lançadas por Artur Jorge também causaram estragos: aos 88’ Álvaro Djaló arrancou pela esquerda e serviu Abel Ruiz no coração da área para o 3-3, numa última demonstração da crença do SC Braga.
Veja o resumo do jogo
Os melhores
Matheus Nunes: Destacou-se, sobretudo, pelos primeiros 45 minutos. Logo aos 2' arrancou pelo corredor central, deixando Al Musrati para trás, mas acabou travado em falta. Estava dado o primeiro aviso. Fortíssimo na condução de bola, foi encontrando soluções quando o jogo parecia não as oferecer. Basta ver as ações individuais do médio nos dois primeiros golos do Sporting: abriu caminho para Porro assistir Pedro Gonçalves no 0-1 e foi preponderante na forma como arrancou pela direita, virou o jogo para o lado contrário e descobriu Nuno Santos no 1-2. Acabou por perder algum fulgor na segunda metade.
Vitinha: Mesmo sem marcar (Adán negou-lhe o 4-3 nos descontos), o avançado de 22 anos foi fundamental na pressão exercida pelo SC Braga, que muitas vezes dificultou a construção do Sporting. A sua agressividade parece conjugar-se bem com o estilo mais imprevisível de Simon Banza. Sempre muito forte nos duelos, deu muitas dores de cabeça a Gonçalo Inácio.
O pior
Erros defensivos: Esgaio não teve pernas para acompanhar Álvaro Djaló no lance do 3-3 e acabou por ser o bode expiatório, mas as fragilidades defensivas do Sporting não se resumem aos golos sofridos. Foram vários os erros de posicionamento, deixando Banza e Vitinha com espaço na área. Nota negativa também para Paulinho, que pouco ou nada fez na frente – nem em apoio contribuiu. Acabou por sair aos 60 minutos. Trincão precisa de ganhar confiança (podia ter feito melhor quando surgiu isolado na cara de Matheus).
As reações
Artur Jorge destacou atitude da equipa, Abel Ruiz elogiou qualidade do espectáculo
Ugarte saiu em defesa de Esgaio: "É fácil criticar sem mostrar a cara"
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