Em vésperas de mais uma jornada europeia – o Benfica joga na Luz com o Liverpool (Champions) enquanto o SC Braga recebe o Rangers (Liga Europa) – houve jogaço na Pedreira, com direito a vingança minhota pela goleada sofrida na primeira volta (6-1). Desta feita, a equipa de Carlos Carvalhal ganhou por 3-2, quebrando um jejum de oito anos sem vencer na receção aos encarnados.
Os bracarenses apresentaram sempre mais soluções, mesmo perante um ou outro percalço – exemplo disso a rápida resposta ao golo anulado a Vertonghen e ao 2-2 do Benfica – enquanto as 'águias' voltaram a desiludir, com muitos erros desnecessários e pouca fluidez no ataque. A poucos dias de receber o Liverpool, não deixa de ser preocupante. Até lá, os encarnados, que não perdiam há nove jogos, podem terminar a jornada a 15 pontos do FC Porto e a nove do Sporting.
Veja o resumo
Da classe de Iuri à hora de Vitinha, com um encontro de irmãos pelo meio
Nélson Veríssimo apostou no mesmo onze que venceu o Estoril na última ronda, com Gonçalo Ramos e Yaremchuk a assumirem a frente de ataque. Seria o ucraniano a deixar o primeiro aviso, aos 12 minutos, obrigando Matheus a uma defesa apertada, após uma aceleração de Rafa desde o meio do terreno.
Aos 22' Vertonghen introduziu a bola na baliza, na sequência de um canto, mas o VAR alertou para um desvio do belga com a mão, e o golo acabou por ser anulado. A partir daí, o SC Braga assumiu as rédeas do jogo e apenas seis minutos depois chegou ao golo. Vertonghen fez falta sobre Ricardo Horta e Iuri Medeiros, num livre direto à entrada da grande área, fez a bola passar pela barreira a meia altura para abrir o marcador.
A falta de inspiração do ataque encarnado obrigou Nélson Veríssimo a mexer ao intervalo. Darwin e João Mário ocupavam as posições de Gonçalo Ramos e Everton, ao que Carvalhal respondeu com a entrada de Vitinha. O SC Braga não só impediu o Benfica de jogar, como ainda fez o 2-0 num belo momento dos irmãos Horta: passe de Ricardo por entre as pernas de Otamendi a isolar André, que contornou Vlachodimos e atirou para a baliza deserta.
A partir daí, o jogo tornou-se imprevisível. Os bracarenses podiam ter feito terceiro logo de seguida, mas em vez disso sofreram o empate em apenas três minutos. Aos 74' André Horta cortou uma bola com o braço na área e Darwin (74’) aproveitou o penálti para dar início a uma recuperação que João Mário (77’) consumou, após assistência do uruguaio.
A resposta do SC Braga, contudo, foi imediata. Apenas dois minutos depois, Al Musrati recuperou a bola junto à linha lateral e cruzou de pé esquerdo para o segundo poste, onde Vitinha, nas costas de Grimaldo, desviou para o 3-2 que confirmou um triunfo há muito esperado na Pedreira. E ainda deu para estrear mais um jovem: Bernardo Couto, de 19 anos.
O momento
Vitinha faz o 3-2 (79'): Após o Benfica chegar ao empate, houve quem esperasse uma reviravolta, mas o SC Braga foi atrás da vitória e acabou por ser recompensado: grande cruzamento de Al Musrati da esquerda, surgindo Vitinha nas costas da defesa encarnada, finalizando com o pé esquerdo, já de ângulo apertado. O momento que definiu o jogo na Pedreira (e que jogo).
O melhor
Vitinha: Lançado ao intervalo, o avançado de 22 anos deu que fazer à defesa encarnada. Aos 66' esteve perto de matar o jogo, ao romper pela área e a rematar rasteiro para defesa difícil de Vlachodimos. Acabou por festejar na reta final, quando o SC Braga mais precisava, fugindo bem à marcação e finalizando com um movimento de qualidade, à ponta de lança.
O pior
Benfica: O duelo em Braga foi mais uma prova do percurso irregular das 'águias' na presente temporada. Mesmo com mais bola, a construção encarnada não funcionou na primeira parte (Gonçalo Ramos esteve muito apagado) e os minhotos somaram recuperações. A entrada de Darwin para o segundo tempo trouxe algumas mudanças positivas, mas a equipa de Carvalhal foi sempre mais sólida sem bola.
Reações
Nélson Veríssimo admite que Benfica fez "um mau jogo". Darwin diz que "é uma pena perder assim"
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