O Zenit de São Petersburgo está muito interessado em David Neres e vai fazer tudo para tirar o extremo brasileiro do Benfica. O clube russo apresentou uma primeira proposta, de 25 milhões de euros, recusada pela SAD encarnada, mas vai voltar a carga com 40 milhões de euros, de acordo com o jornal Record.

O clube russo olha para o extremo como o jogador ideal para a vaga de Malcom, vendido aos sauditas do Al Hilal por 60 milhões de euros nesta janela de verão.

Diz ainda a mesma fonte que o brasileiro de 26 anos está a equacionar mesmo deixar o emblema da Luz, descontente com a sua situação de suplente, como aconteceu nos dois jogos que já realizou. A chegada de Di Maria roubou protagonismo a David Neres, autor de 12 golos e 15 assistências em 48 jogos na época passada.

Mas o Benfica não vai facilitar no negócio. Os encarnados colocaram o selo de 'intransferível' no brasileiro e apontam para os 100 milhões de euros da sua cláusula de rescisão.

Rússia ataca em Portugal, Paulo Fonseca pede boicote

Mas Neres não é o único que pode trocar a Primeira Liga pela Premier League russa. Chiquinho, também do Benfica, é pretendido pelo Dínamo Moscovo, e o Krasnodar quer levar Victor Tormena do SC Braga.

Aliás, a respeito destes negócios, o técnico português Paulo Fonseca, veio a terreno pedir às direções de Benfica e Braga que não negoceiem com clubes russos, por causa da invasão da Rússia à Ucrânia. Numa publicação na rede social Twitter, recentemente renomeado X, o técnico português do Lille sublinhou que o dinheiro dos clubes russos "virá a pingar com o sangue das crianças que morrem todos os dias na Ucrânia".

Na sua publicação, Paulo Fonseca deu o exemplo do Sassuolo, clube italiano que se recusou a negociar o lateral esquerdo brasileiro Rogério "por questões éticas relacionadas com a guerra".

Russos podem contratar jogadores?

As investidas dos russos em Portugal tem levantado algumas dúvidas entre os adeptos. Isto porque os clubes russos e bielorrussos (apoia a Rússia na invasão à Ucrânia) assim como todo o desporto desses dois países têm vindo a enfrentar sanções dos organismos que regem o desporto mundial.

As equipas foram proibidas de participar em provas organizadas pelas entidades europeias em todas as modalidades. No futebol, por exemplo, a UEFA e a FIFA não permite a participação de clubes russos nas suas competições tanto a nível de clubes como de seleções.

Ora essas proibições não se aplicam a contratação de jogadores por parte dos russos. O Zenit, por exemplo, tem feito investidas no Brasil (contratou Pedro, de 18 anos, ao Corinthians, por seis milhões de euros), mas esta época foi até a Sérvia contratar Strahinja Erakovic, defesa central de 22 anos, ao Estrela Vermelha.

A FIFA e a UEFA podem proibir a participação de emblemas russos e bielorrussos nas suas provas mas nada podem fazer no que a contratações diz respeito já que se tratam de operações financeiras de cada clube. No caso das transferências, a FIFA apenas supervisiona as transações, garantindo que cada clube recebe o montante que lhe é devido. Nada pode fazer sobre a proveniência ou destino de cada jogador, desde que as regras sejam cumpridas.

Clubes russos ativos no mercado

Esta época, alguns clubes russos já venderam jogadores a vários emblemas fora do país. Além de Malcom que trocou o Zenit pelo Al Hilal da Arábia Saudita por 60 ME, Sebastian Szymanski foi vendido pelo Dínamo Moscovo ao Fenerbahçe por 9,75 milhões de euros, a Real Sociedad pagou 13 ME ao Dínamo Moscovo por Arsen Zakharyan.

No que a entradas diz respeito, além de Pedro e Erakovic, o Spartak Moscovo contratou Théo Bongonda ao Cádiz por 4,5 milhões de euros, o Olympiacos da Grécia vendeu o moldavo Oleg Reabciuk, antigo jogador do FC Porto e do Paços de Ferreira, ao Spartak Moscovo, clube que também pagou cinco milhões de euros ao Almería pelo sérvio Srdjan Babic.

De acordo com o Transfermarkt, 33,8% dos atletas da liga russa são estrangeiros (146 jogadores).

As equipas russas estão banidas, desde 28 de fevereiro do ano passado, das competições organizadas pela UEFA e pela FIFA – incluindo o Campeonato da Europa e o Campeonato do Mundo – sendo que o Comité Olímpico Internacional também aconselhou os organismos desportivos a impedirem que a Rússia acolha e organize eventos.