Rui Jorge Rego defende que o presidente do Sporting não pode andar no terreno, caso seja eleito no sábado, e considera que é importante ter boas relações com os ‘rivais' FC Porto e Benfica no panorama externo.
"O presidente do Sporting tem de ser responsável por todas as áreas, núcleos, expansão, modalidades, futebol e claques. O presidente tem de ter outra visão, não deve andar no terreno, mas deve estar acima, fazer o plano estratégico e controlar a sua execução", afirmou Rui Jorge Rego, em entrevista à agência Lusa.
As relações com FC Porto e Benfica estiveram longe de ser próximas na última época desportiva, principalmente com os ‘encarnados', um paradigma que pretende mudar.
"Temos de perceber que temos dois tipos de discursos: interno e externo. Não tenho problema de andar, entre aspas, à chapada com o FC Porto e Benfica internamente, desde que para fora se mostre união e força", esclareceu, não sem antes completar: "Internamente faremos o que for preciso para ganhar de forma limpa e honesta".
A gestão no futebol também será diferente com Rui Jorge Rego, segundo o próprio, que, entre críticas aos adversários, explicou como irá processar.
"[Os outros candidatos] querem orçamentos em que a despesa é maior do que a receita, que vão tentar equilibrar com vendas de jogadores e com a entrada na Liga dos Campeões. Nós vamos fazer o contrário e só vou usar receitas correntes, cerca 50 milhões de euros para o futebol profissional e, de resto, tenho os parceiros estratégicos. Assim vou ser competitivo e com contas equilibradas", esclareceu.
Rui Jorge Rego foi mais longe ao explicar como vai atuar juntamente com esses parceiros estratégicos, por parte do brasileiro Júlio Brant, que disponibilizou cerca de 120 milhões de euros para o Sporting usar como entender.
"Vamos tentar fazer com o nosso dinheiro e não vamos usar esse dinheiro se não precisarmos. Vamos a essa conta para adquirir o passe de um jogador, tirarmos o dinheiro necessário, entregamos os juros ao parceiro, mas os 120 milhões continuam lá. As mais-valias serão sempre para o Sporting", sintetizou.
Outro ponto que difere para os restantes cinco candidatos prende-se com o facto de colocar um gestor externo a gerir a SAD, justificada pela "experiência ", sem esquecer de enaltecer aquele que será o seu diretor desportivo.
"Trazemos o Paulo Lopo que é, garantidamente, e a pessoa com mais experiência para gerir SAD, é o único que já o faz. Para diretor desportivo, o Roberto Carlos que é um nome mundial e saímos da caixa dentro daquilo que são as outras candidaturas que andam à do medir quem é mais do Sporting. Esse não pode ser o caminho", referiu.
Rui Jorge Rego frisou que o antigo internacional brasileiro vai trazer "cultura de vitória que tem faltado no balneário e convencer jogadores a jogarem" pelo Sporting.
O antigo presidente do clube não foi esquecido na entrevista, identificando a altura que Bruno de Carvalho começou a ‘cavar' o seu fim: "Os sinais [do fim anunciado] começam na relação com Leonardo Jardim, com Marco Silva e com a estátua com uma frase dele próprio. Assumiu um protagonismo que não devia ter assumido enquanto presidente".
A terminar, e no que diz respeito às vendas de jogadores, Rui Jorge Rego dá o bom exemplo do Benfica e diz que os ‘leões' podem ter todas as condições de vender igualmente bem.
"Vender jogadores não é dizer que são muito bons. É bater à porta das pessoas numa linguagem de indústria de futebol. O Benfica vende e os deles não são melhores do que os nossos. Agora, a estrutura do Benfica nessa vertente é melhor que a nossa porque têm parceiros na área que força as vendas", alertou.
Além de Rui Jorge Rego (lista E), concorrem ao ato eleitoral João Benedito (A), José Maria Ricciardi (B), Frederico Varandas (D), Rui e José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
Madeira Rodrigues avançou com uma candidatura mas acabou por desistir a favor de Ricciardi.
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