Rui Gomes da Silva, candidato à presidência do Benfica, qualificou hoje como "lamentável" a possível venda de Ruben Dias para o Manchester City, considerando que os sócios foram "enganados".

"Espero que não seja verdade a saída do Ruben, mas é mais um desejo de adepto, porque as notícias dizem que já está a caminho de Manchester. É lamentável e mais uma vez os sócios do Benfica foram enganados de uma forma vergonhosa e escandalosa. Ainda há pouco tempo ouvíamos dizer que era inegociável, que ia ser o capitão do Benfica e que iria estar muitos anos no Benfica, e à primeira oportunidade é vendido", acusou o antigo dirigente ‘encarnado'.

Para o candidato, esta venda vem colmatar a falta de encaixe financeiro que a não entrada na Liga dos Campeões significou e atestar que o Benfica não tem uma situação financeira tão favorável como a direção encabeçada por Luís Filipe Vieira publicita.

"Os que desvalorizaram a derrota na Liga do Campeões, têm aqui a resposta. A venda do Ruben Dias tem esse significado para os que desvalorizaram essa derrota. Depois, durante anos ouvimos dizer que o Benfica estava uma situação financeira privilegiada, mas a situação que vamos encontrar é de grande dificuldade", disse Rui Gomes da Silva, que considerou que a direção atual do Benfica "fez muito" pelo clube, mas quando sair vai deixá-lo "numa situação muito difícil".

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Em dia de assembleia geral (AG) para votação do relatório e contas relativo à época 2019/2020, Rui Gomes da Silva esteve no Estádio da Luz mas decidiu não votar, como aliás tinha já anunciado. Em causa, segundo o candidato às eleições de outubro, está o sistema de voto eletrónico.

"Não votei como prova da minha coerência pelas dúvidas que tenho em relação ao voto eletrónico, que não me garante nenhuma credibilidade, nenhuma fiabilidade, e que entendemos que não oferece condições de ser utilizado nas eleições do Benfica", disse Rui Gomes da Silva.

Para as eleições, o candidato lançou um repto às outras candidaturas, que considera que "não podem defraudar a confiança dos sócios".

"Se quiserem usar este sistema usaremos, mas que haja uma recontagem do voto físico. Deixo este desafio à mesa da AG e aos outros candidatos. Para além do voto eletrónico e do voto físico, que todos se comprometam a não tomar posse enquanto não houver a confirmação do voto físico", concluiu Gomes da Silva

A assembleia geral ordinária do Sport Lisboa e Benfica tem como ponto único apreciar e votar o relatório de gestão, as contas do exercício de 2019/20 e demais documentos de prestação de contas.

O relatório dá conta de um resultado líquido positivo de quase 27 milhões de euros, fortemente influenciado pelos lucros da SAD. Tratou-se do segundo melhor desempenho dos últimos sete anos, num período que apresenta resultados acumulados positivos de 137,8 milhões de euros e que reforçou os fundos patrimoniais do clube, agora valorizados em 31,9 milhões de euros, com um aumento do ativo de 25,6% e uma redução do passivo de 2,7%.

A nível das receitas, o destaque vai para o crescimento das quotizações pelo sétimo ano consecutivo, atingindo, em 2019/20, 17,2 milhões de euros, um novo recorde.

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