O presidente do Benfica, Rui Costa, afirmou hoje, durante as exéquias do antigo futebolista Fernando Chalana, que era capaz de bater o recorde de transferências para adquirir o passe do ‘pequeno genial’.
O dirigente, que falava à entrada da capela na Basílica da Estrela, em Lisboa, recordou os momentos em que privou com Fernando Chalana, realçando que foi o melhor futebolista que viu jogar pelo Benfica.
“Com toda a certeza batia o recorde para adquirir o passe do Chalana. Enquanto benfiquista e homem que representou o clube não sei se estará ao lado de Eusébio, mas sei que estará num patamar elevadíssimo da história do clube. Já nos deixaram grandes jogadores como Mário Coluna. Chalana faz parte do meu crescimento futebolístico e é um dos meus ídolos de infância e da minha geração. Posso dizer que, não tendo visto Eusébio jogar, Chalana foi o melhor jogador que vi jogar no Benfica”, afirmou.
Para Rui Costa, com o falecimento de Fernando Chalana não só parte um grande símbolo do Benfica como também um grande símbolo do futebol português.
“Ele é consensual pelo carisma e pela enorme pessoa que sempre foi. Dos que vi foi o maior génio do futebol português. A razão pela qual Chalana fascinava toda a gente é a panóplia de situações que ele fazia no futebol. Ele era tudo dentro de um campo. Cresci a ver esta geração. Sendo eu médio centro tinha como ídolo principal Carlos Manuel, o Chalana era o ídolo de todos pelo génio que era dentro do campo”, admitiu.
Rui Costa, também ele um dos maiores nomes na história do Benfica a vestir a camisola 10, fez a vénia a Chalana pelo peso que carregou nos ombros.
“Crescer naquela geração quem vestia aquela camisola tinha de ser Chalana. Já fui (o camisola 10) depois de Valdo, mas a marca continuava a ser Chalana. Eusébio era o nosso rei e ele também vestiu essa camisola, por isso todos sabiam que era uma responsabilidade tremenda vestir uma camisola 10”, revelou.
Não tendo sido colega de balneário de Chalana, Rui Costa afirma ter orgulho em ter privado com ele, tanto como treinador quer como amigo.
“São essas as memórias que vou guardar dele pela enorme pessoa que ele é. Não conheço no mundo do futebol quem não adorasse o Chalana. Guardamos todos na memória os momentos em que ele conseguia sentar adversários sem tocar na bola. Mas acima de tudo fica a humildade que ele tinha”, relembrou.
Esta sexta-feira realiza-se o funeral de Chalana, mas antes será prestada uma homenagem no estádio da Luz.
“Vai ter o simbolismo que ele merece. Chalana partiu, mas ele ainda se vai despedir do Estádio da Luz e o Estádio da Luz vai-se despedir dele. Sabemos todos a enorme paixão que este homem tinha por este clube. A primeira casa dele sempre foi o Benfica. Era impossível os nossos adeptos não se despedirem dele, como era impossível ele não se despedir do Estádio da Luz”, concluiu.
O antigo futebolista internacional português Fernando Chalana, que fez grande parte da sua carreira no Benfica e era conhecido como o “pequeno genial”, morreu na quarta-feira aos 63 anos.
Com início da formação no Barreirense, Chalana, 27 vezes internacional por Portugal, chegou ao Benfica em 1974/75, ainda com idade de júnior e mudou-se em 1984/85 para o Bordéus, França, no qual esteve três anos antes de regressar às 'águias', terminando a carreira com uma época no Belenenses (1990/91) e outra no Estrela da Amadora.
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