O treinador Rui Almeida desejou hoje um Gil Vicente capaz de consolidar uma posição estável na próxima edição da I Liga de futebol, assente numa equipa “preparada para disputar sempre a vitória” em qualquer estádio.
“Depois de uma época fantástica, tenho essa responsabilidade. O objetivo primário é consolidar a estabilidade do clube e não andar apenas a lutar pela manutenção. Vamos ser competitivos e disciplinados, mas com grande coração, para emocionar e atrair o adepto”, apontou o técnico, numa conversa promovida pelos minhotos nas redes sociais.
Após cinco anos nos dois principais escalões franceses, Rui Almeida admitiu ser “um orgulho” regressar ao futebol português, no qual irá abraçar a primeira experiência como treinador principal, tendo revelado uma “enorme atração” pelo projeto do Gil Vicente, que aporta um “crescendo natural” motivado por um “campeonato meritório” em 2019/20.
“Fiquei muito feliz, mas não surpreendido. Há que aproveitar essa base feita de pessoas competentes e acrescentar alguma coisa. Importa que todos os jogadores encaixem e percebam as definições de família deste clube. As questões técnicas são fundamentais, mas a expressão individual vai assentar sempre numa dimensão coletiva”, frisou.
O antigo adjunto de Jesualdo Ferreira substitui o conceituado Vítor Oliveira, que conduziu os ‘galos’ a uma a uma campanha tranquila na I Liga, culminada na 10.ª posição, com 43 pontos, 10 acima da zona de despromoção, numa temporada assinalada pelo regresso administrativo à elite, a partir do Campeonato de Portugal, após o ‘caso Mateus’.
“É uma prova competitiva e com um nível elevado de treinadores e jogadores. É preciso estarmos preparados para essa dificuldade, sabendo que temos valor. Quando saem alguns jogadores, naturalmente precisamos de qualidade. Buscamos sempre qualidade no perfil humano, sendo que uma das obrigações é valorizar os atletas”, observou.
Ultrapassada uma “época longa, desgastaste e incerta” devido à pandemia de covid-19, Rui Almeida espera que os atletas aproveitem as férias para fomentar o “descanso emocional”, recomendando uma atitude “responsável e tranquila” perante uma “realidade incontornável e nova a vários níveis”, que implica a ausência de público nos estádios.
“Espero que isto seja ultrapassado rapidamente, mas não depende só de nós. Tenho alguma experiência de jogos à porta fechada. No Zamalek, vivi muito essa realidade em virtude da situação no Egito. Sei bem que não é fácil para ninguém. Na ausência de adeptos, os jogadores e os treinadores têm de ser o gatilho da emoção do jogo”, alertou.
O técnico, de 50 anos, antecipa uma temporada de “emoções fortes” em Barcelos, onde quer seduzir a massa associativa através da “entrega excecional” dos jogadores, traduzindo em resultados “aquela máxima de ganhar sem ser de qualquer maneira”.
“Acima de tudo, vou tentar que os adeptos saiam do estádio no final de um jogo e estejam geralmente ansiosos pelo próximo. Se conseguirmos fazer isso, fico imensamente feliz e significa que fizemos bem o nosso trabalho. Ninguém foge à parte racional da vitória, mas muitos adoram o futebol pela forma emocional como estamos em campo”, concluiu.
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