O “caminho longo e árduo” do Boavista pela manutenção na I Liga de futebol tem de ser percorrido de “forma muito ponderada e diariamente”, advertiu hoje o treinador Ricardo Paiva, sem quantificar uma fasquia pontual mínima nessa meta.
“Não consigo fazer uma previsão a nível pontual. Consigo é fazer uma previsão semanal dos nossos objetivos e diária do registo de trabalho, de forma a correspondermos a cada partida que se avizinha como a possibilidade de conquistar pontos, se possível os três. É desse modo que tenho conduzido os trabalhos, mas nunca pensando muito à frente, pois estamos obrigados a pensar jogo a jogo”, referiu o técnico, em conferência de imprensa.
Ricardo Paiva falava na véspera do duelo no terreno do Farense, da 28.ª jornada, numa altura em que os ‘axadrezados’ partem para as sete partidas finais no 10.º lugar, com 29 pontos, oito acima da zona de descida e mais seis do que a vaga de acesso ao play-off.
“Num campo tradicionalmente difícil, espero um jogo igualmente complicado. O Farense tem uma média de idades alta, algo que se traduz em experiência, e é sempre capaz de executar o seu jogo com lucidez e de colocar os adversários em sobressalto. Espero um jogo bem disputado. Preparamo-nos no intuito de corresponder de modo positivo”, disse.
Apesar de estar envolvido por um ciclo de três derrotas e dois empates longe do Bessa e de não ter vencido nas últimas duas jornadas, o Boavista mostra-se “confiante e com um bom espírito” para a viagem ao Algarve, relativizando a fase instável dos ‘leões’ de Faro.
“É verdade que o Farense não vence há nove rondas, mas há que perceber quais são os adversários que defrontou. Apanhou ‘grandes’ pelo meio e somou uma série de empates, que se podem entender como positivos. Esse facto não tira qualquer valor à época que o adversário está a fazer e não foi com essa premissa que nos preparámos, mas contando com as suas mais-valias e com a possibilidade de pôr em prática o nosso jogo”, avaliou.
Esse trabalho foi mais tranquilo para Ricardo Paiva, que, no final do ‘nulo’ na receção ao Rio Ave, partilhou que o Boavista tinha usufruído apenas de “um dia para preparar” esse desafio da 27.ª jornada, no qual ficou em superioridade numérica a partir dos 62 minutos, atendendo à expulsão do ganês Emmanuel Boateng, mas falhou o regresso aos triunfos.
“Conseguimos trabalhar com o grupo presente no estádio. Nesse sentido, foi mais calmo. A semana passada havia sido diferente por questões de recuperação dos atletas, sendo que agora tivemos a infelicidade de sermos assolados por uma virose gástrica e há mais alguns jogadores condicionados. Vamos ter de utilizar aqueles que temos ao dispor e pôr em prática aquilo que já foi trabalhado, independentemente de quem quer que vá para o retângulo de jogo. Prometemos seriedade, compromisso e foco no objetivo”, enquadrou.
Melhor marcador das ‘panteras’ esta temporada, com 10 golos nas 29 partidas efetuadas nas diversas competições, o avançado eslovaco Róbert Bozeník não fatura há seis jogos, cenário desvalorizado pelo treinador, que enaltece o trabalho coletivo em prol da equipa.
“Produz para que outros jogadores surjam em zona de finalização. Não é só ele que está obrigado a marcar. Pela maneira como trabalha e é determinado, os golos vão surgir com naturalidade, sem que sejam um peso adicional que tenha de carregar sozinho”, indicou.
Ausente do último encontro por motivos pessoais, Gaius Makouta regressa às opções de Ricardo Paiva, que tem César, Luís Pires, Luís Santos, Gonçalo Almeida e Júlio Dabó no departamento clínico, ao passo que Miguel Reisinho e Salvador Agra estarão suspensos.
O Boavista, 10.º colocado, com 29 pontos, mede forças com o Farense, 13.º, com 27, na sexta-feira, a partir das 20:15, no Estádio de São Luís, em Faro, no duelo de abertura da 28.ª jornada da I Liga, que terá arbitragem de Iancu Vasilica, da associação de Vila Real.
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