O Boavista deseja competir com assertividade na receção ao FC Porto, na sexta-feira, da 16.ª ronda da I Liga de futebol, reconheceu hoje o treinador Ricardo Paiva, empenhado em cessar uma série de 10 jogos sem êxitos ‘axadrezados’.
“Espero um Boavista competitivo, esclarecido, capaz de se adaptar às circunstâncias do jogo de uma forma extremamente equilibrada e que tenha jogadores com um sentido de missão muito grande. Foi dessa forma que trabalhámos durante a semana e é com esse registo que vamos encarar o encontro”, apontou o técnico, em conferência de imprensa.
O conjunto do Bessa regressou às derrotas na estreia do sucessor de Petit, ao perder no terreno do Gil Vicente (1-0), continuando sem vencer desde a goleada caseira frente ao lanterna-vermelha Desportivo de Chaves (4-1), em setembro de 2023, na quinta jornada.
“Houve algumas incidências que condicionaram o nosso jogo. Tivemos momentos muito positivos dentro do que estava planeado, mas houve aspetos menos positivos ou alguns momentos em que estivemos menos assertivos. Faz parte. A semana foi produtiva, num percurso que ainda se está a iniciar. A assimilação das ideias de jogo vai obrigar a que tenhamos de fazer correções permanentes nos próximos tempos. É inevitável”, admitiu.
Envolvido num ciclo de sete desaires e três empates na prova, o Boavista tenta também contrariar a tendência negativa no histórico recente de dérbis com o FC Porto, frente ao qual já não ganha desde 2006/07, mas descarta inspirar-se no surpreendente êxito com reviravolta logrado na receção ao campeão nacional Benfica (3-2), na jornada inaugural.
“Não pegamos nesses momentos como maneira de motivar a equipa para o trabalho. No entanto, os jogadores têm boa memória. Essas recordações virão naturalmente às suas cabeças e vão servir como forma de eliminar qualquer questão sobre a capacidade para conquistar pontos ou vitórias perante um ‘grande’. Se eles já foram capazes de o fazer [anteriormente], claramente são capazes de repetir, mas o contexto é diferente”, vincou.
Ricardo Paiva relativizou as ausências no rival portuense, que tem o médio Alan Varela suspenso e cedeu o defesa esquerdo Zaidu e o avançado Mehdi Taremi às seleções da Nigéria e do Irão para a Taça das Nações Africanas e a Taça Asiática, respetivamente.
“Uma equipa como o FC Porto reúne um plantel vasto e com soluções capazes de suprir qualquer ausência, mantendo a qualidade do seu jogo. Obviamente, futebolistas como o Taremi e o Zaidu têm características diferentes, que podem resultar em comportamentos ligeiramente diferentes em algumas situações. Agora, a competência, o impacto final e a regularidade da prestação não estão em causa pela ausência desses jogadores”, notou.
Os influentes Sebastián Pérez e Gaius Makouta regressam ao meio-campo do Boavista, após terem cumprido castigo frente ao Gil Vicente, num jogo em que o extremo Salvador Agra saiu lesionado com queixas musculares e juntou-se a César, Luís Pires, Júlio Dabó, Vincent Sasso e Luís Santos no boletim clínico, devendo estar de fora cerca de um mês.
Ausentes do dérbi ficam igualmente o defesa central Chidozie e o lateral esquerdo Bruno Onyemaechi, ambos convocados pela Nigéria, do treinador português José Peseiro, para a Taça das Nações Africanas, entre 13 de janeiro e 11 de fevereiro, na Costa do Marfim.
“Temos de ser criativos e de puxar pela cabeça para encontrar uma solução à altura, que seja competitiva. Vamos, seguramente, exibir uma linha defensiva identificada com o que pretendemos, em função de um opositor que nos criará diferentes problemas”, finalizou.
O Boavista, 13.º colocado, com 16 pontos, recebe o FC Porto, terceiro, com 34, a três do líder destacado Sporting, na sexta-feira, às 20:45, no Estádio do Bessa, no Porto, para a 16.ª ronda do campeonato, com arbitragem de Manuel Oliveira, da associação do Porto.
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