Um remate de Lindelöf que fez a bola embater na barra, ao minuto 90 da receção ao Vitória de Setúbal, é o ‘pormenor’ que separa o Benfica da perfeição, após nove jornadas da I Liga portuguesa de futebol.
O empate face aos sadinos (1-1, logo à segunda jornada) é o resultado que impede o conjunto de Rui Vitória do pleno, já que venceu os restantes oito jogos, incluindo todos os cinco disputados fora, para um total de 25 pontos, em 27 possíveis.
A formação ‘encarnada’, que só venceu um jogo pela margem mínima (2-1 em Arouca, depois do desaire da época passada, em Aveiro), ostenta o melhor ataque (22 golos marcados) e a melhor defesa (quatro sofridos, os mesmos do FC Porto).
Os números são impressionantes e mais se tornam tendo em conta a razia de lesões que tem afetado o plantel: Jonas, o melhor marcador do último campeonato, Rafa, a grande contratação, e Jardel, um dos esteios defensivos, só contam, cada qual, uma presença no campeonato.
Além destes jogadores, também já estiveram lesionados Júlio César, Ederson, André Almeida, Luisão, Grimaldo, André Horta e Raúl Jiménez, sendo que Fejsa, até agora titular em todos os jogos, é a mais recente aquisição do ‘posto médico’.
A todos estes infortúnios, o tricampeão tem respondido com um coletivo inexpugnável, um conjunto de tem sabido fazer das fraquezas forças, com um futebol nem sempre com ‘nota artística’, mas muito pragmático e eficaz.
O conjunto da Luz chegou a ter todos os pontas de lança lesionados, mas até a isso ‘respondeu’: por acaso, ou talvez não, foi nesse jogo que aconteceu a vitória mais ‘curta’, com Rafa, que se lesionaria, e Gonçalo Guedes na frente.
Aqui e ali, os ‘encarnados’ tiveram momentos de fortuna, mas a verdade é que também podiam estar neste momento com um percurso 100 por cento vitorioso: face ao Vitória de Setúbal, a acabar, a bola bateu na trave e não ‘quis’ entrar.
Num conjunto que tem valido pelo todo, o conjunto, não há um claro destaque individual, mas muitos têm sido os jogadores em grande plano, nomeadamente o lateral esquerdo Grimaldo, os médios Fejsa e Pizzi e o ‘regressado’ extremo Salvio.
Grimaldo ‘eclipsou’ o campeão europeu Eliseu, com golos e assistências, Fejsa tem sido ‘omnipresente’ no meio campo, ocorrendo a todo o lado em busca de recuperar a bola, que, depois, quase sempre faz circular bem, Pizzi faz, bem, qualquer posição do meio campo para a frente, e Salvio parece dar passos para voltar a ser um grande desequilibrador.
Na baliza, Júlio César começou de início e brilhou face ao Sporting de Braga, mas o jogo de ‘Champions’ em Nápoles atirou-o para o banco, regressando Ederson, que tinha acabado a época como titular, voltou ao mesmo nível e é grande talismã (só perdeu em Munique, face ao Bayern, na temporada transata).
Quanto ao quarteto defensivo, Nelson Semedo recuperou o lugar na direita, perdido por lesão depois de um grande arranque na época passada, e Grimaldo, que chegou em janeiro, tem sido indiscutível na esquerda.
No centro, e com Jardel ausente, Lindelöf tem sido sempre titular, primeiro ao lado de Luisão, depois de Lisandro López e, nos últimos jogos, novamente com o ‘capitão’, que, aos 35 anos, se reafirma com o líder da defesa e da equipa.
À frente da defesa, Fejsa tem sido imperial, com o ‘miúdo’ André Horta a surgir como ‘8’ e a cumprir, mesmo com algumas oscilações, até se lesionar e perder o lugar para Pizzi, que se instalou no lugar e tem estado muito bem.
Nos extremos, Salvio recuperou o estatuto de ‘intocável’, na direita, com o reforço Cervi a surgir como principal opção do lado oposto, mais agora, com Pizzi ao meio.
O ataque foi quase sempre composto por dois pontas de lança na época passada, mas, com a lesão de Jonas, Rui Vitória optou por colocar Gonçalo Guedes nas costas de Mitroglou e a dupla tem funcionado bem.
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