Quem são os rostos do título no Sporting? É difícil individualizar numa conquista que é resultado do esforço coletivo.  Com a saída de Bruno Fernandes para o Manchester United na reabertura de mercado em 19/20, o Sporting deixou de ter vedetas e passou a ser a soma de todos: Uma espécie de um por todos, todos por um de jornada a jornada: O objetivo: Somar os três pontos, para de seguida renovar a missão.

Quem são então as peças chave na engrenagem do Sporting campeão nacional em 2020/21?

Nuno Mendes, o rosto da nova geração

Nuno Mendes é o rosto do novo desabrochar da Academia do Sporting, depois de um período menos fulgurante em que os novos valores tiveram dificuldades em se impor. Os laterais, no modelo de jogo de Amorim, assumiram um papel fundamental, sobretudo no momento ofensivo, e como resultado disso os jogadores que atuam nessa zona do terreno acabaram por ter mais espaço para aparecer. Condicionado por lesões ao longo da época, o jovem de 18 anos acabou por fazer a diferença no lado esquerdo, pela capacidade física, qualidade e maturidade, com ou sem bola.

Toda a análise no Especial Sporting Campeão 2020/2021

Apontou o único golo com a camisola principal do Sporting na jornada 3 do campeonato no triunfo frente ao Portimonense. Jogada de antologia, em que passou por vários adversários, antes de bater o guardião adversário.

Pedro Porro

Contratado no início da época, não vinha com estatuto de craque mas como de jogador de qualidade que chegava por empréstimo do Manchester City. Cedo se afirmou como um dos jogadores imprescindíveis no conjunto liderado por Rúben Amorim. Depois de uma época menos conseguida no Valladolid, abraçou o projeto no Sporting. Ganhou o título de melhor defesa da liga durante três meses consecutivos. Para além das missões defensivas, onde terá que melhorar os índices, trouxe rasgo no lado ofensivo.

Jogador muito vertical, foi decisivo na conquista da Taça da Liga ao apontar o golo que bateu o Sporting de Braga na final. Rápido com bola e sem bola, é um ala de enorme qualidade e tem sem dúvida a assinatura neste título verde e branco.

Na Liga NOS, fez o gosto ao pé em três ocasiões. Frente a Tondela (jornada 6), Famalicão (jornada 9) e Boavista (jornada 15).

Adán

Mesmo na primeira época de leão ao peito, é devido à experiência, uma voz que é ouvida com respeito no balneário. O guardião de 33 anos deixou o Atlético de Madrid para abraçar uma posição de destaque no Sporting. Com créditos firmados e experiência em clubes como o Bétis, Cagliari ou Real Madrid, mostrou ser o jogador certo para o lugar certo. No 3-4-3 de Rúben Amorim, a segurança começa lá atrás, Adán trouxe essa segurança. Foi fundamental em muitas alturas da época ao responder com defesas decisivas que valeram pontos. Muito forte a responder a cruzamentos, foi fundamental para que o Sporting se consagrasse como a defesa menos batida no campeonato. Sereno e seguro, foi sempre uma barreira muito difícil de transpor por parte dos adversários.

Coates

Patenteou a melhor temporada de leão ao peito. Bastião na defesa leonina, tanto a defender como a atacar. Foi mesmo o 'patrão' na máquina de Rúbem Amorim, na sexta temporada de leão ao peito e no esquema de três centrais e atingiu o ponto rebuçado e o reconhecimento de todos. Demonstrou sempre muita qualidade no momento defensivo, na primeira fase de construção e também na forma como muitas vezes desbloqueou com passes longos a servir os colegas. Também foi determinante nos golos que marcou, alguns deles com carater decisivo para o desenrolar das partidas.

Recorde alguns dos golos de Sebastián Coates

João Palhinha

Encarnou da melhor forma o espírito desde Sporting de Rúben Amorim, uma equipa que muitas vezes não dançou de smoking e que foi obrigada muitas vezes a recorrer ao fato de macaco. Depois de não se ter afirmado com a camisola dos leões teve que sair e regressou pela porta grande ao Sporting , com a chegada de Rúben Amorim. Para ele, era Palhinha e mais 10. Não desiludiu o treinador e em cada jogo deixou a pele em campo. Exímio nas recuperações de bola e na forma em como desarmou o adversário. Tampão de excelência que protegia a defesa. Jogador que nunca perdeu a identidade, respeitando o ADN da equipa. Fundamental no elo de ligação entre setores, na forma em que compensa a subida dos laterais e como fecha a zona de pressão. Muita qualidade no momento em que a equipa não tinha a bola. Não é jogador para aparecer nos resumos, mas esteve sempre lá quando o Sporting precisou dele. Apontou um golo no campeonato na partida frente ao Paços de Ferreira.

Veja o golo de João Palhinha

Pedro Gonçalves, a peça do puzzle que faltava

Chegou a Alvalade e foi muito criticado pelo preço que custou: 6,5 milhões de euros por 50% por cento do passe. Só espantou os mais distraídos, depois de se ter exibido a excelente nível em 19/20 ao serviço do Famalicão. É porventura a figura do campeonato na equipa de Rúben Amorim. Inteligência tática, qualidade técnica, capacidade para ler os momentos do jogo são características que todos lhe reconhecem. É um jogador com golo, à semelhança do que também era Bruno Fernandes. Muito rápido, joga com os dois pés, sempre na procura das desmarcações, consegue dessa forma ludibriar os defesas, o que faz com que apareça tanto à esquerda, como à direita, como ao centro. Dada a sua capacidade, estima-se que não esteja durante muito tempo no futebol português. Leva 18 golos na Liga e vai tentar até ao fim sagrar-se o melhor marcador do campeonato.

Nuno Mendes, trouxe garra à equipa de Rúben Amorim

Trouxe muita qualidade, dinâmica e espírito de luta a esta equipa do Sporting e também alguma matreirice que por vezes é necessária em determinados momentos das partidas. Decisivo no jogo que deu o título ao Sporting ao fazer uma exibição de luxo frente ao Boavista. Com uma rendimento constante ao longo da época, teve um ligeira quebra, mas regressou na parte final para ajudar da conquista de tão saboroso título. Esteve na lista do FC Porto, mas acabou por ser o Sporting a levar a melhor e com grandes resultados. Na primeira época de Sporting torna-se campeão nacional. Dono de uma enorme velocidade, também foi importante nas compensações defensivas face à subida dos alas. Dono de uma enorme pontapé, é um jogador pouco acomodado e trouxe mística ao coletivo de Amorim.

*dados até ao dia 11/05/21