Que jogo louco este em Alvalade. Já perdemos a conta da vezes em que Sporting e Marítimo estiveram em vantagem, num autêntico jogo de meter inveja a clássicos de futebol. Noutra perspetiva, por momentos parecia futsal ou hóquei em patins que estavamos a ver.
Os números reais: Sporting venceu o Marítimo por 2-1, depois de estar a perder até aos 85 minutos. Vítor Costa adiantou os insulares aos dez minutos e a reviravolta surgiu com um auto-golo de Matheus Costa e um remate certeiro de Coates. Já com a confusão e os confrontos físicos instalados, o Marítimo voltou a empatar por Riascos, mas foi o VAR a anular a festa dos visitantes. Ainda pelo meio, Adán terminou expulso e Paulinho (leu bem) assumiu a baliza por instantes até ao apito final. O guardão espanhol vai falhar, ao que tudo indica, o dérbi frente ao Benfica!
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Amorim mexeu como se previa e José Gomes também não ficou atrás
Num duelo intenso para as contas europeias e da manutenção, os dois treinadores promoveram algumas alterações.
Tal como já tinha anunciado em conferência de imprensa, e tendo em conta os riscos para o dérbi frente ao Benfica, Rúben Amorim promoveu três alterações com as saídas de Gonçalo Inácio, Nuno Santos e Morita para a entrada de Matheus Reis, Arthur e Paulinho. Daniel Bragança, que esta semana regressou aos treinos, manteve-se de fora das opções. Os Leões apresentaram-se no habitual 3-4-3 com Arthur a fazer o papel de Nuno Santos.
Já no Marítimo destaque para as duas alterações de José Gomes: Relativamente ao último jogo, saíram Geny e Val Soares e entraram Diogo Mendes e Moises Mosquera. Os insulares, numa postura claramente mais recuada de cinco defesas, não deixaram de ser perigosos na frente de ataque, tal como se viu no primeiro golo.
Leão do Funchal mostrou que veio a Alvalade para marcar
Numa noite de decisões, o Marítimo mostrou desde cedo que não veio a Alvalade apenas defender o 0-0 na luta pela manutenção. Por outro lado, o Sporting cedeu à pressão da luta pela Champions e sofreu bem cedo.
Logo aos dez minutos surgiu o 1-0... dos Insulares. Vítor Costa aproveitou a falha de Coates e apareceu na cara de Adán para rematar cruzado. Se as bancadas de Alvalade já estavam pressionadas, tudo se complicou ainda mais com a desvantagem perante o penúltimo classificado do campeonato.
Foi preciso esperar pelos 14 minutos para o primeiro aviso de Paulinho, mas o Sporting mantinha as mesmas dificuldades no ataque à baliza de Marcelo Carné.
À passagem da meia-hora, começaram os primeiros protestos às decisões da equipa de arbitragem. Primeiro um lance com Edwards e depois Pedro Gonçalves, mas Tiago Martins mandou sempre seguir.
As tentativas continuavam, mas a verdade é que sem grande perigo para os Insulares. A impaciência tomava conta dos verdes e brancos e a equipa de José Gomes só tinha a agradecer. Sem grandes oportunidades para o golo do empate, o último suspiro foi um remate totalmente desenquadrado de Arthur antes do tempo de intervalo.
Que loucura! Mas com alguns excessos...
Amorim percebeu que algo tinha de mudar e o tempo de intervalo resultou numa tripla alteração para o Sporting. A rotatividade para o Dérbi foi demasiado antecipada tendo em conta o que se esperava do Marítimo e os pesos pesados foram chamados a jogo. Morita, Inácio e Nuno Santos entraram assim para os lugares de Matheus Reis, Arthur e Bellerín e aparecia um onze mais próximo daquilo que conhecemos do Sporting esta temporada.
Ainda longe dos 90 minutos, a impaciência começava a tomar conta dos Leões. As bolas na área eram muitas, mas a maioria sem perigo. Aos 57, Amorim voltou a mexer com a saída de Francisco Trincão (uma sombra daquilo que tinha sido em Paços de Ferreira) e aos 63 minutos foram mesmo esgotadas as alterações com a entrada de Esgaio e a saída de Diomandé. Era o tudo por tudo com um Marítimo cada vez mais confortável e fechado na sua linha defensiva.
Entre os 65 e 66 minutos, um momento impróprio para cardíacos em Alvalade: Pedro Gonçalves timha tudo para o empate, mas foi o reflexo da desinspiração leonina ao deixar escapar a bola na cara de Marcelo Carné. O Marítimo aproveitou para o contra-ataque e, numa nova recuperação do Sporting, Ugarte atirou em arco para fora.
A impaciência nas bancadas eram não só com a postura da equipa de Amorim como também pela perda de tempo do Marítimo. Alguns jogadores caíam no chão e aos 71 minutos o guardião adversário viu mesmo cartão amarelo. Chegaram a entrar duas macas em campo, mas sem qualquer utilidade.
Os adeptos também começavam a cantar pela demissão de Frederico Varandas e os dez minutos finais seriam de sufoco total. Fatawu passava a ser um dos principais desequilibrados no corredor direito, mas foi pela esquerda que surgiu o golo do empate. Aos 85 minutos, já com Coates a ponta de lança, Pedro Gonçalves tentou o remate e a bola desviou no recém-entrado Matheus Costa para trair Marcelo Carné. O sonho de vencer em Alvalade foi terminado pelo próprio Marítimo. Em Paços, também se festejou o golo que não confirmou a descida de divisão.
Tiago Martins deu sete minutos e o Sporting passou a acreditar numa compensação que teve mais emoção que o jogo todo e, talvez, do que o próprio campeonato.
Aos 93 minutos, Coates fez o golo da vitória num lance de insistência que veio da cabeça de Paulinho. Alvalade respirava e a fúria do Marítimo instalou a confusão no relvado.
O Marítimo retomou a bola e a verdade é que, quando tudo menos o previa, voltou a marcar por Riascos. Instalaram-se confrontos físicos no relvado, o jogo teve de ser parado e ficava o 2-2 que parecia ser final.
Chegou o VAR para ainda tornar tudo mais frenético ao anular o golo. Má notícia chegou com a expulsão de Adán, depois rendido por Paulinho na baliza, quem diria! O guardião espanhol deve falhar, contudo, o Dérbi diante o Benfica.
Só se suspirou de alívio após o apito final com o Sporting ainda vivo na luta pela Champions e o Paços de Ferreira bem longe a agradecer por não ver confirmada a descisa de divisão.
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