O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) considerou hoje nula a decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que impediu António Adán de jogar o derbi diante do Benfica no Estádio de Alvalade, partida relativa à 33ª jornada da primeira liga, jogada a 21 de maio.
"O Colégio Arbitral delibera, por unanimidade, julgar procedente o pedido arbitral apresentado pelo Demandante (Adán) e declara a nulidade suscitada e a invalidade dos atos praticados após a apresentação da defesa por parte do Demandante, devendo, em consequência, o processo ser devolvido à Demandada (FPF)", pode ler-se no acórdão publicado esta terça-feira no site oficial do TAD.
No mesmo acórdão são revelados os motivos que levaram a esta decisão e que assenta, mormente, no facto do Sporting não ter conseguido apresentar a sua defesa. A mesma terá sido enviada atempadamente para o Conselho de Disciplina, tendo, ao que tudo indica, acabado na pasta de 'spam' do email do organismo federativo.
"O direito de defesa vem consagrado no Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional como um dos princípios fundamentais do procedimento disciplinar. A não consideração da defesa (e meios de prova indicados) apresentada através dos meios indicados pela Federação Portuguesa de Futebol por a mesma ter sido alocada à caixa de spam desta última equivale à não concessão do exercício do direito de defesa, o que é cominado com nulidade e determina a invalidade dos atos praticados posteriormente", lê-se no mesmo documento.
O Tribunal Arbitral do Desporto condenou ainda a Federação Portuguesa de Futebol a pagar as despesas relativas ao processo (4.980 euros, mais IVA).
Adán foi expulso na vitória caseira de 13 de maio ante o Marítimo (2-1), após ver dois cartões amarelos, em jogo da 32.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol 2022/23, tendo ficado impedido de alinhar na ronda seguinte, na partida frente ao Benfica.
O recurso do guarda-redes acabou por ser rejeitado pelo CD da FPF, que manteve a suspensão, com o acórdão a apontar para recurso hierárquico impróprio como razão da manutenção de um jogo de suspensão para o guardião espanhol.
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