O V. Setúbal é uma equipa que renasce das cinzas a cada temporada. É esta a sina de quem se vê a contas com entradas e saídas constantes, fruto da sempre necessária contenção financeira. O objetivo todos os anos passa por valorizar quem chega para vendas posteriores. Sendo que tudo isso tem de ser feito com a permanência na Primeira Liga em mente. Esta temporada não será muito diferente das anteriores para este clube histórico. Entraram 16 jogadores, saíram doze, e Domingos Paciência foi o convidado para liderar este projeto. Saíram jogadores importantes como Pedro Tiba, João Mário e Kieszek.
Os resultados da pré-temporada têm sido regulares. Em nove jogos, a equipa setubalense conta com três vitórias (Nogueirense, Moura e Pinhalnovense), três empates (Sunderland, Boavista e Benfica B) e três derrotas (Belenenses, WAC Casablanca e Sp. Covilhã).
As vitórias aconteceram apenas com equipas de escalão inferior, o que acendeu o sinal de alerta para o que aí vem, porém Domingos Paciência veio desde já tentar acalmar os adeptos referindo que esta equipa ainda está em construção.
O treinador ainda não fechou a portas a reforços e os jogadores continuam a chegar. Hélder Cabral, Manú e Lupeta foram as mais recentes contratações. Ainda se procura um onze ideal numa equipa cheia de novidades.
A estrela e a promessa
É difícil apontar uma estrela a uma equipa com tantas alterações. No ano passado, a magia desta equipa assentava no meio campo com Pedro Tiba, Ricardo Horta e João Mário, na segunda metade da época, a definirem o ritmo de jogo da equipa. Com a saída destes dois jogadores, e também do guarda-redes Kieszek, a equipa perdeu as suas referências da época transata e mostra-se, para já, órfã de um jogador que possa ser rotulado de estrela.
João Schmidt tem 21 anos e está no V. Setúbal por empréstimo do São Paulo. Em Portugal pouca gente o conhece. No Brasil é bem diferente. O médio foi internacional sub-20, venceu em 2013 o Torneio de Toulon e é uma promessa do futebol brasileiro. Desde 2012 que alternou entre as camadas jovens e a equipa principal paulista. Com o intuito de evoluir, poder jogar mais, e ter maior visibilidade veio emprestado para Setúbal, e já começou a dar nas vistas na pré-época marcando um golo diante do Moura. O talento está lá, agora falta confirmá-lo no decorrer da época.
Perfil de Domingos Paciência
As últimas três experiências não correram bem ao treinador português. Depois de ser demitido do Sporting em fevereiro de 2012, as experiências seguintes no Deportivo (janeiro a fevereiro de 2013) e no Kayserispor (janeiro a março de 2014) foram curtas e sem sucesso.
Domingos, 45 anos, sentiu a necessidade de estar perto da família e voltar a casa para poder relançar a sua carreira, como o próprio reconheceu, e nada melhor que o V. Setúbal para que isso acontecesse. E se os últimos anos colocam uma nuvem sobre as capacidades de Domingos, não convém esquecer que foi este mesmo técnico que levou o SC Braga a lutar pelo título de campeão (2009/10) até bem perto do fim com o Benfica, e colocou os bracarenses na inédita final da Liga Europa na época seguinte.
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