O presidente do Vitória de Setúbal assegurou esta segunda-feira que o emblema a que preside desde dezembro de 2017 não foi contactado pela Polícia Judiciária (PJ) para investigar as contas do clube da I Liga de futebol.
Em conferência de imprensa, , Vítor Hugo Valente refutou as acusações de alegadas irregularidades na celebração de contratos - "não há provas nem indícios do desvio de dinheiro de que nos acusam" - e apresentou dossiês, afirmando que atestam a legalidade da operação e que, se necessário, estará à disposição da PJ.
"Não fomos contactados nem pela Polícia Judiciária nem por nenhuma outra entidade. A informação que está nestes três dossiers está na contabilidade e nos computadores do Vitória e dos revisores oficiais de contas. Se alguém chegar cá com ordens e poder para isso, pega nisto, analisa, vê a entrada e saída do dinheiro. Connosco está à vontade, porque temos aqui as provas", referiu.
Vítor Hugo Valente justificou a chamada da comunicação social à sala de imprensa do Estádio do Bonfim para "exercer o contraditório" de uma reportagem de investigação emitida na sexta-feira, que revelava que a Polícia Judiciária estaria a investigar o pagamento de 300 mil euros em 'dinheiro vivo' no emblema sadino.
O presidente dos setubalenses avançou que vai apresentar queixa-crime contra três dos intervenientes da reportagem: os empresários Paulo Teixeira e Paulo Rodrigues e o ex-vice-presidente da SAD Pedro Gaiveo Luzio, que anunciou no sábado a sua candidatura às eleições de janeiro no clube.
"São três pessoas com credibilidade zero. Afirmar e insinuar que possa no Vitória FC SAD ter havido desvios de dinheiro é apenas e só uma difamação. As difamações e insinuações atentatórias da honra e bom nome só se resolvem num local, o Tribunal. Demos instruções aos nossos advogados para intentarem queixas-crime contra os três intervenientes na reportagem", disse.
Vítor Hugo Valente, que foi administrador da SAD do Vitória de Setúbal durante a presidência do seu antecessor Fernando Oliveira, garante que nunca levou nada do clube, pelo contrário, deu "avais e fianças".
"Do Vitória tenho muitos anos de dirigente e a única coisa que levei foram mais de dois milhões de euros de responsabilidades em avais e fianças. Levei e ainda cá estão as últimas há mais de oito anos. Acusar é muito fácil, difícil é alguém, como diz o povo, atravessar-se nos momentos que o Vitória precisa. Quem se atravessou em avais e fianças foi o Vítor Hugo Valente. Ainda cá estão essas responsabilidades superiores a dois milhões. E sempre que o Vitória precisar, conta comigo", disse.
O presidente dos sadinos, que revelou que só anunciará se avança ou não para uma recandidatura depois do Natal, fez questão de lembrar a "situação de caos económico completo" em que o clube se encontrava quando foi eleito a 21 de dezembro de 2017.
"As notícias que se liam de que o Vitória tinha atraso nos salários a jogadores e treinadores e que não inscrevia a sua equipa nos prazos determinados pela Liga terminaram a partir do final da época passada. Trabalhou-se ano e meio para recuperar e estabilizar a SAD e o clube. Quando chegámos, os funcionários tinham oito e nove meses de salários em atraso e recebiam em vales de 50 euros à semana", lembrou.
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