O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, considerou hoje que as invasões aos treinos ocorridas quer no clube minhoto, quer no Sporting, ambos da I Liga portuguesa de futebol, são lamentáveis, mas podem ser resolvidos.
"É bom que tenhamos todos, não só o Vitória, mas todo o país do futebol, a noção de que estes acontecimentos têm de ser banidos no futebol. A violência no desporto está na agenda política, e julgo que o caminho será haver uma penalização muito forte deste tipo de episódios", referiu o dirigente, à margem da assembleia geral dos minhotos, decorrida hoje.
Um grupo de 30 alegados vitorianos invadiu um treino da equipa então orientada por Pedro Martins, a 17 de janeiro, na preparação para o duelo com o Estoril-Praia, da 19.ª jornada (triunfo por 3-1), e Júlio Mendes frisou que a direção por si liderada tudo fez para o "apuramento das responsabilidades", com "filmagens que foram entregues à polícia".
Em 15 de maio, um grupo de 50 alegados sportinguistas invadiu um treino da equipa de Jorge Jesus, de preparação para a final da Taça de Portugal, com o Desportivo das Aves (derrota por 2-1), e, na sequência desse episódio com agressões a jogadores e técnicos, 23 pessoas foram detidas pela GNR e constituídas arguidas.
O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, sugeriu que o episódio de Alcochete foi semelhante ao de Guimarães, mas Júlio Mendes realçou, ainda durante a reunião magna, perante os mais de 300 sócios, que não vale a pena discutir quem fez pior, mas sim a resolução do problema.
"Eu espero que os responsáveis [das invasões] tenham percebido que aquilo que pode aparecer uma mera brincadeira se pode transformar numa coisa muito complicada. Estou convencido que o Vitória hoje vai ser um Vitória melhor, aproveitando o que de mau aconteceu aqui, mas também o que aconteceu no Sporting", disse.
Sobre a preparação da próxima época na I Liga, o dirigente frisou que o Vitória pretende lutar por um "lugar europeu" com o plantel às ordens de Luís Castro, o novo treinador do clube, a ter de ser reforçado em muitas das posições do terreno de jogo para poder ter sucesso.
Júlio Mendes revelou ainda que o clube não assinou qualquer protocolo com o Paris Saint-Germain, campeão da I Liga francesa, nem tem conversado nesse sentido, apesar dos rumores de alguns jogadores que podem ser emprestados aos vimaranenses, neste mercado de transferências.
O responsável admitiu, porém, que houve contactos e que a decisão quanto ao protocolo acabou por ser influenciado pelas eleições do clube - foi reconduzido para um terceiro mandato após derrotar Júlio Vieira de Castro com 52% dos votos, a 24 de março.
"Não podemos ignorar que o processo eleitoral tem um impacto que, às vezes, não tem o efeito que a gente quer que tenha. Acaba por ser nocivo para os interesses do clube", considerou.
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