O ex-presidente da SAD da União de Leiria e o seu assessor no clube, em prisão preventiva há um mês, estão em greve de fome para protestaram contra o processo judicial e funcionamento da justiça, segundo os serviços prisionais.
Numa resposta enviada à agência Lusa, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) indica que o ex-presidente da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da União de Leiria, o russo Alexander Tolstikov, e o seu assessor do clube, o moldavo Sergiu Renita, estão em greve de fome desde sexta-feira, dia em que recusaram almoçar.
A DGRSP adianta que os dois detidos, suspeitos de associação criminosa e branqueamento de capitais, preencheram os impressos das declarações de greve de fome, “invocando motivos que se prendem com o seu processo judicial e com o funcionamento da justiça”.
Aquele organismo do Ministério da Justiça refere que os motivos mencionados pelos dois reclusos “nada têm a ver com o estabelecimento prisional nem com o sistema prisional”.
“Como decorre do legalmente previsto, os reclusos foram isolados da demais população prisional, procedeu-se às comunicações devidas e estão a ser objeto de acompanhamento clínico específico e diário”, indica ainda a direção geral.
Em prisão preventiva desde 07 de maio, o presidente da SAD da União de Leiria e o seu assessor no clube foram detidos no âmbito da “Operação Matrioskas”, que visou também diretor financeiro, Pedro Violante, que ficou sujeito a apresentações periódicas.
Em causa estão os crimes de fraude fiscal, associação criminosa, branqueamento de capitais, corrupção e falsificação de documentos.
A operação resulta de uma operação que se prolongava há quase dois anos, tendo sido também constituídos arguidos o clube União de Leiria e um advogado com escritório em Lisboa.
Segundo a Europol, a “Operação Matrioska”, conduzida pela PJ e com apoio desta polícia europeia, permitiu desmantelar uma presumível célula de uma importante rede mafiosa russa, responsável pelo branqueamento de “muitos milhões de euros” desde 2008.
A notícia de que os reclusos estão em greve de fome no Estabelecimento Prisional anexo à Polícia Judiciário foi avançada, no fim de semana, pelo Expresso.
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