O Porto Canal estreou, na passada segunda-feira, o programa 'Ironias do destino', no qual Jorge Nuno Pinto da Costa conta na primeira pessoa algumas das histórias que marcam a sua presidência do FC Porto desde 1982.
No episódio emitido esta quarta-feira, o líder máximo dos dragões recordou uma das contratações que marcou definitivamente os seus primeiros anos de liderança dos azuis e brancos: Paulo Futre.
Formado no Sporting, o extremo ainda não tinha tido muitas oportunidades na equipa principal dos leões (tinha jogado duas dezenas de jogos e estava até na iminência de ser emprestado) e Pinto da Costa lembrou a primeira vez que o viu jogar. "Vi um FC Porto-Sporting, em juniores, na pista, atrás de uma baliza, e na segunda parte entrou um miúdo na equipa do Sporting, que era o Futre, que eu não sabia quem era. Partiu tudo, como se costuma dizer. Fiquei maluco, perguntei 'quem é este miúdo? Como é que este miúdo não joga? Este tipo vai ser um génio'. Perguntei qual era a situação dele, disseram que estava para ser emprestado e estavam na dúvida se iria para a Académica ou para o Casa Pia", começou por contar Pinto da Costa.
Naquela altura, pouco tempo antes, o Sporting tinha ido buscar dois internacionais portugueses, Jaime Pacheco e Sousa, ao FC Porto depois de estes rejeitarem o contrato alegando falta de condições psicológicas. Pinto da Costa viu, então, em Futre a possibilidade perfeita de responder a essa recente facada dada pelo rival de Alvalade.
"Quando vi isso, disse que então psicologicamente ele não tinha condições para esta no Sporting. Se a lei dava para eles, também dá para nós, ainda é mais fácil. Um jogador que está para ser emprestado ao Casa Pia tem mais do que razões para não se sentir psicologicamente bem lá. Falámos com ele, o saudoso Domingos Pereira foi a Alvalade e esperou-o na famosa Porta 10 depois de um treino. Meteu-se no carro e, nessa noite, às duas da manhã, o Futre estava nas Antas a assinar pelo FC Porto", continuou a recordar o presidente azul e branco.
O resto é História: estávamos no início da época de 1984/85 e Futre, então com 18 anos, depressa se viria a estrear pela equipa principal do FC Porto, pela qual totalizou 33 golos em 118 jogos, saindo em glória para o Atlético de Madrid em 1987, depois de brilhar na caminhada do FC Porto rumo à conquista do seu primeiro título europeu.
Pinto da Costa fez questão de elogiar Futre pelas qualidades que tinha enquanto jogador e pela sua maneira de ser. "É uma pessoa querida no FC Porto e no futebol português, e foi um dos maiores génios do futebol português. Se fosse hoje, era jogador para ser disputado pelos clubes mais poderosos do Mundo", garantiu o presidente dos dragões.
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