Depois de, no primeiro capítulo do programa 'Os Homens do Presidente', no Porto Canal, Jorge Nuno Pinto da Costa ter falado de treinadores como Pedroto, Artur Jorge ou Bobby Robson, que fizeram furor no clube sob a sua presidência ainda no século XX, terça-feira, foi a vez de o líder máximo dos dragões falar dos técnicos que tiveram sucesso no banco dos azuis e brancos no século XXI.

Sobre José Mourinho, que ofereceu o seguno título de campeão europeu ao clube, Pinto da Costa destacou a importância do tempo que este passou com Bobby Robson. "Foi e é um dos grandes treinadores de sempre e é o que é muito por fruto dos anos que passou com Bobby Robson. Lembro-me que quando chegou revolucionou o nosso futebol. Era a transição, a transição e a transição… e as equipas eram apanhadas por essa nova transição, que teve origem no Bobby Robson. Mourinho implantou esse espírito numa nova geração de jogadores e com isso conseguiu dar uma confiança à equipa que a levava a vencer", explicou.

Quanto a André Villas-Boas - que tem vindo a ser apontado como seu possível sucessor na presidência do FC Porto, Pinto da Costa lembrou a grande equipa que este tinha ao seu dispor e falou também de Vítor Pereira. "Eu via no Villas-Boas um rapaz inteligente e ambicioso. Tinha a certeza que ele teria sucesso, pois tendo um ataque com Hulk, Falcao e James o difícil era não ganhar! A matéria-prima era excelente. E sempre achei que parte do mérito vinha do Vítor Pereira, embora o mérito seja sempre do chefe. Era ele que preparava os treinos, era ele que os dava e o Villas-Boas ouvia-o sempre. Por isso acreditei sempre que seria uma boa solução para o futuro. O André acabou por sair intempestivamente, face a um contrato fabuloso do Chelsea, e se eu considerava que o Vítor Pereira tinha uma grande percentagem do sucesso no Villas-Boas, para que é que ia buscar uma pessoa que não conhecia o clube e o plantel? Apostámos nele e foi um sucesso. Foi o campeonato do Kelvin, campeonato sem derrotas. Uma aposta ganha", lembrou.

Julen Lopetegui também foi mencionado. "O Lopetegui tinha um jogo de que as pessoas não gostavam, mas é preciso não esquecer que ele apanha arbitragens lastimáveis. Não podemos dizer que não fomos prejudicados e depois não dar o conforto ao treinador. É claro que, fruto disso e também de alguma falta de audácia, não venceu nada. Ao fim de dois anos entendemos que o melhor era acabar com a ligação. Mas mantenho uma excelente relação com ele", confidenciou.

E, agora, há Sérgio Conceição: "Eu percebi que o Sérgio daria treinador quando ele assumiu o comando do Olhanense. Não conheço nenhum clube que fosse tão difícil de trabalhar, que tivesse tantos problemas. Conheço o Sérgio desde o seus 16 anos e vejo-o quase como um familiar. Sempre gostei muito dele. E comecei a acompanhar o trabalho dele. Falava com o presidente do Olhanense, que me dizia maravilhas: 'Nós não temos nada, mas este treinador consegue segurar-nos.' Acompanhei a carreira dele também no Braga, onde faz um trabalho fantástico, mas perde uma Taça de Portugal a três ou quatro minutos do final por causa do erro de um defesa...A dificuldade, depois, foi libertá-lo do Nantes. Expliquei—lhe que já o tinha desejado anteriormente e ele percebeu que era uma aposta minha. Entusiasmou-se e disse que ia ser treinador do FC Porto. Depois, p o seu percurso e a sua capacidade são os que se vêem. É realmente o treinador que considero mais parecido com o espírito do Pedroto. Estamos identificados nos objetivos, nas dificuldades, nos inimigos e, sobretudo, num principio, que é até morrer…".