No Porto, na terceira e última sessão do julgamento que opõe Pinto da Costa ao jornalista Rui Santos, Alexandre Magalhães disse que o presidente do clube nunca poderia ganhar 400 euros por mês.
Rui Santos é pronunciado por dois crimes de difamação agravada, por ter revelado, tanto no livro Estádio de Choque como no programa da SIC Tempo Extra, que Pinto da Costa ganhava 400 euros por mês e que esse valor tinha sido declarado no tribunal de Gondomar, por ocasião do processo Apito Dourado.
A sentença deste processo é lida a 06 de Maio, às 15:00, de novo no Tribunal de Instrução Criminal, no Porto.
Hoje, Alexandre Magalhães disse que Pinto da Costa recebia entre 33 e 52 mil euros por mês, baseando-se no relatório de contas da SAD discutido a 28 de Outubro de 2005.
Este accionista baseou-se no valor de 2 297 780 euros de remunerações da administração apresentado pela SAD à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Alexandre Magalhães dividiu esse valor por quatro administradores e depois por 14 meses, falando em valores de 33 mil euros por mês, embora essa equação apresente valores situados acima dos 41 mil euros.
Ainda assim, Alexandre Magalhães explicou que nem sempre "tudo é claro" nas Assembleias Gerais da SAD do FC Porto e revelou, por exemplo, que os treinadores Co Adriaanse e Luigi Del Neri foram indemnizados em 5,5 milhões de euros, por saída antes do final do contrato, quando nada disso "foi tornado público".
Alexandre Magalhães, um dos grandes críticos da gestão de Pinto de Costa, explicou que o presidente do clube deve ganhar bem mais do que isso, "provavelmente o dobro" dos restantes administradores, e falou em valores na ordem dos 52 mil euros.
Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) disse que o crime relativamente ao livro "cai por terra", por não terem sido cumpridos os prazos previstos na lei, enquanto aquele relativo ao programa Tempo Extra se mantém, tornando-se "evidente que Rui Santos deu uma imagem negativa" de Pinto da Costa, quando falou em ordenados de 400 euros mensais.
Apesar de tudo, o MP fala em "gravidade diminuída", já que outras notícias sobre a matéria tinham sido publicadas, sem qualquer entrada de processos judiciais de Pinto da Costa aos autores dos textos jornalísticos.
Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa, falou em "afirmações ofensivas" e Isabel Duarte, representante de Rui Santos, diz ter sido provada em tribunal a alteração da declaração de rendimentos do presidente portista, em "20 mil euros".
Comentários