O treinador do Boavista, Petit, exaltou hoje a longevidade do guarda-redes brasileiro Rafael Bracali, que completa o 42.º aniversário, na véspera de procurar o regresso aos êxitos sobre o Estoril Praia, na 31.ª jornada da I Liga de futebol.
“O objetivo é que ele se possa sentir bem assim que sair da caminha e esteja com esse pensamento e a alegria de vir treinar. Quando se começa a ter preguiça e a não querer ir para o treino, aí temos de arrumar o futebol. Acho que ele ainda tem alegria e vê-se por aquilo que tem feito ao longo dos anos”, avaliou o técnico, em conferência de imprensa.
Recordista de jogos consecutivos na I Liga (111), num total de 259, Rafael Bracali está a cumprir a quinta época ao serviço dos ‘axadrezados’ e tem contrato até ao final de junho, continuando a perseguir o ex-internacional português Quim, que se tornou o mais velho a competir na prova em 2018, ao fazer a última partida com 42 anos, dois meses e um dia.
“O Bracali ainda não tomou essa decisão [de renovar no final da época]. Não sei se falou com a administração. Agora, há que lhe dar os parabéns pelos 42 anos. É de louvar pelo que tem feito e pela sua qualidade. Sempre disse que não há idades no futebol, mas sim competência”, agregou Petit, que já concedeu 26 titularidades ao ‘guardião’ em 2022/23.
Questionado sobre o seu vínculo ao Boavista, que termina em junho de 2024, o treinador optou por priorizar a necessidade de “acabar bem” esta temporada e valorizou o peso da “última imagem” no planeamento de 2023/24, apontando à projeção dos ativos do clube.
“Houve muitos jovens que cresceram. Dou os exemplos do [Pedro] Malheiro ou do Bruno [Onyemaechi], que há dois anos estavam no Campeonato de Portugal e hoje jogam num clube com grande história e têm feito boas épocas. Acho que o coletivo tem sido o nosso grande [sinal] mais e a equipa vale pela entrega, vontade, determinação e qualidade dos jogadores que fazem a diferença. Agora, estou satisfeito pelo comportamento e evolução deles e esperamos que possam dar o salto no final da época para outras provas”, frisou.
A derrota tangencial na visita ao ‘vizinho’ FC Porto (0-1) quebrou uma sequência de duas vitórias e um empate, que os ‘axadrezados’ desejam reativar frente ao Estoril Praia para “tentar chegar mais à frente” e voltar à metade superior da I Liga a quatro rondas do fim.
“O Estoril tem uma equipa de qualidade, com muita juventude e atletas que atuaram em equipas grandes. Vem de uma vitória [3-0 em casa ao lanterna-vermelha Santa Clara] e atingiu os 28 pontos, fugindo um pouco à linha de água. Esperamos um adversário difícil, que mudou algumas nuances desde a mudança de treinador, mas olhamos muito para o que podemos fazer. Foi assim que trabalhámos, sem fugir à nossa realidade”, observou.
As suspensões do congolês Gaius Makouta, de Salvador Agra e do gambiano Yusupha, que completaram séries de cartões amarelos no dérbi, impedem Petit de repetir o ‘onze’ pela terceira semana seguida, sendo desconhecido o nome do único jogador lesionado.
A ausência de Yusupha, melhor marcador do Boavista, com 13 golos nas várias provas, deve ser colmatada pelo eslovaco Róbert Bozeník, emprestado pelos neerlandeses do Feyenoord, que soma dois tentos em 24 encontros e foi titular pela última ocasião em 08 de janeiro, ao completar 67 minutos no triunfo sobre o Gil Vicente (1-0), da 15.ª jornada.
“É um miúdo que teve as oportunidades que surgiram, mas apanhou o Yusupha a fazer uma boa época. É um miúdo que tem estado sempre pronto para jogar um minuto, dois, 20, 30 ou a titular. Às vezes, pode não correr bem, mas dá tudo em campo, vai ter a sua oportunidade e espero que faça golos, já que os avançados vivem disso”, concluiu Petit.
O Boavista, 12.º colocado, com 37 pontos, recebe o Estoril Praia, que está no 15.º lugar, último de ‘salvação’ automática, com 28, no sábado, às 18:00, no Estádio do Bessa, em jogo da 31.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de Vítor Ferreira, da associação de Braga.
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