O avançado internacional venezuelano Adalberto Peñaranda está a negociar a sua rescisão contratual com o Boavista, garantiu hoje o treinador Petit, sem ter podido estrear o futebolista adquirido há quase sete meses pelo clube da I Liga.
“Ele já não faz parte do plantel nem está cá. Por aquilo que sei, [o tema] está entregue à administração para tentar essa rescisão. Tratámo-lo da mesma maneira que todos os outros jogadores. É um atleta com qualidade, mas já não faz parte do nosso plantel. Não posso comentar mais nada para além disto”, vincou o técnico, durante a conferência de imprensa de antevisão à receção ao Famalicão, no domingo, da 25.ª jornada da prova.
Numa entrevista concedida na última semana na plataforma YouTube, o extremo, de 25 anos, anunciou a intenção de rescindir com o Boavista e disse ter sido impedido de jogar até que o clube liquidasse uma multa e fosse autorizado a inscrever novos futebolistas.
Adalberto Peñaranda tinha assinado com o Boavista por três épocas em 01 de setembro de 2022, último dia da janela de transferências de verão, na sequência da desvinculação com o Watford, do segundo escalão inglês, ao qual esteve vinculado durante seis anos.
Apesar de o extremo surgir na lista de jogadores inscritos pelas ‘panteras’ no sítio oficial da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a emissão do respetivo certificado internacional foi bloqueada pela FIFA, face às sanções impostas ao emblema portuense.
O Boavista estava na expectativa de resolver esta situação no mercado de inverno, mas os recorrentes problemas físicos foram dificultando a utilização do vice-campeão mundial de sub-20, em 2017, por Petit, desejoso de quebrar uma série de dois jogos sem vencer.
“O Famalicão está num bom momento e reúne individualidades e um coletivo que sabe o que faz, mas queremos dar continuidade aos bons resultados logrados em casa. Apesar de os últimos dois encontros com Casa Pia e Arouca terem sido bem conseguidos [duplo empate 0-0], não tivemos a felicidade de fazer golos. O nosso pensamento passa por dar uma resposta antes da paragem, conseguir os três pontos e voltar às vitórias”, afiançou.
Os minhotos ditaram a derrota mais volumosa da época ‘axadrezada’ (0-4) no embate da primeira volta, que marcou o regresso de João Pedro Sousa, antigo técnico do Boavista, ao Famalicão e travou a fase mais prolífica do clube do Bessa, com três êxitos seguidos.
“Estávamos num bom momento e tínhamos batido em casa o Sporting, mas houve uma pausa para as seleções nacionais. Alguns atletas voltaram dois dias antes e, se calhar, o foco ainda não estava totalmente nesse jogo. Lembro-me de que o Famalicão aproveitou cinco ou seis ocasiões e fez quatro golos. Facilitámos nos cruzamentos e o oponente foi eficaz, mas agora são tempos diferentes. O Famalicão foi crescendo e nós passámos a jogar com outra estrutura”, notou, afirmando que Kenji Gorré está recuperado de lesão.
Para trás ficou a derrota em Alvalade (0-3), com Petit a evidenciar o “mérito” do Sporting pela exibição “menos bem conseguida” do Boavista, que cederá às respetivas seleções Bruno Onyemaechi (Nigéria), Gaius Makouta (Congo), Gorré (Curaçau), Róbert Bozeník (Eslováquia), Pedro Malheiro (sub-21 lusos) e Martim Tavares (sub-20), numa altura em que Yusupha, melhor marcador do clube em 2022/23, está pré-convocado pela Gâmbia.
“Analisámos, corrigimos e mostrámos o que não fizemos tão bem nesse duelo, tentando extrair algumas coisas positivas e negativas para o contexto diferente desta semana. Há que valorizar a presença desses atletas nas seleções, mas eles têm de se mentalizar no embate de amanhã [domingo] para que possamos ser consistentes, praticar bom futebol, criar ocasiões, finalizá-las e ser intensos, algo que temos feito mais em casa”, terminou.
O Boavista, 10.º colocado, recebe o Famalicão, nono, ambos com 30 pontos, 15 sobre a zona de descida direta, no domingo, às 20:30, no Estádio do Bessa, no Porto, em partida da 25.ª ronda da I Liga, com arbitragem de Ricardo Baixinho, da associação de Lisboa.
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