O presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, detalhou esta quinta-feira, os milhões de euros perdidos pelo futebol profissional, devido a pandemia de COVID-19.
"As perspetivas e números foram dados em dezembro do ano passado: de um grosso de mais de 800 milhões de euros de receitas que o futebol profissional gera, 0,3 por cento do PIB, este ano foram de 276 a 350 milhões de perdas de receitas. Conseguimos manter algumas receitas fundamentais - direitos televisivos e receitas vindouras de futuras participações internacionais -, mas nos espectadores, marketing e patrocinadores dos clubes, coisas para a sobrevivência dos clubes, aí a razia é absolutamente extraordinária", explicou Proença ao 'Canal 11'.
Ainda na entrevista ao canal da FPF, o presidente da Liga de Clubes elogiou a forma como o futebol português é visto lá fora.
"A não ser a cortiça, não há nenhuma atividade que esteja no sexto lugar do ranking como o futebol, competimos com a industria internacional, quando olhamos para as cinco maiores ligas, desde o enquadramento fiscal, entre outros, somos muito penalizados. Esta reivindicação é uma exigência que tem de ser feita, sob pena de perder competitividade internacional", avisou.
O líder da Liga destacou o trabalho feito pelos clubes e pelas várias entidades para o regresso do futebol.
"Temos a noção plena que os últimos meses foram os mais ou dos mais difíceis do futebol. Tivemos de adaptar-nos a uma nova realidade. O que se passou foi um sinal de reconhecimento do trabalho que foi feito nos últimos meses. Não há nenhuma atividade que tenha sido tão escrutinada, que tenha tido um trabalho tão efetivo no processo de retoma. Números são avassaladores. Só esta época foram feitos mais de 4 mil testes só no futebol profissional, não há nenhuma atividade que tenha estabelecido normas tão duras para que a retoma fosse feita de forma tão tranquila, no que tranquilo se pode falar", elogiou.
O Governo anunciou esta semana um novo estado de emergência, entre as 00h00 de sexta-feira e as 23h59 de 30 de janeiro, com medidas mais duras mas deixou o futebol profissional de fora dos atividades que vão ter de encerrar. Uma medida que não foi surpresa para a Liga.
"Para nós não foi uma surpresa que o trabalho tenha sido reconhecido vamos continuar a trilhar o nosso caminho. O fundamental foi conseguido, manutenção das competições profissionais. Vamos ter de medir as consequências da pandemia", atirou.
Sobre a final-four da Taça da Liga que arranca na próxima terça-feira [Sporting-FC Porto e Benfica-SC Braga], Pedro Proença confidenciou que se chegou "a ter a expectativa de ter público, mas os últimos números [da pandemia] não ajudaram".
"[A Taça da Liga] é um produto comercial, foi criado na altura para distribuir alguma riqueza pelos clubes que menos tinham. Cortou com uma série de estigmas. Tem um modelo reconhecido por toda a gente, que vai permitir três jogos extraordinários na próxima semana. São sete dias de vivência do futebol, um produto por si só vencedor e que este ano terá de viver uma realidade diferente", justificou ainda.
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