O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, reconheceu hoje que a sua reeleição para a direção da Associação de Ligas Europeias (European Leagues) é o reconhecimento do papel do país no contexto continental.
“Acho que é um sinal de reconhecimento e o que vale a Liga portuguesa no posicionamento das ligas europeias. Fico satisfeito por poder estar neste pequeno grupo de pessoas, que vai decidir o próximo futuro das competições. Não só daquilo que será o desenvolvimento das competições internas, mas, fundamentalmente, de ter uma voz, para poder opinar relativamente aquilo que são os novos quadros competitivos”, afirmou Pedro Proença, em declarações à agência Lusa.
Entre os “muitos desafios pela frente”, o presidente da LPFP destacou a reestruturação e reorganização dos modelos competitivos internacionais, tentando equilibrar os interesses desportivos e financeiros.
“E isto é absolutamente fundamental para os clubes portugueses. Esta reeleição aparece como um reconhecimento de todos os clubes portugueses, das sociedades desportivas, obviamente, também o da própria federação e das seleções, pelo que têm feito. Para nós, poder estar no ‘board’ [direção], onde temos uma opinião clara, que é ouvida, junto de todos os ‘stakeholders’ [parceiros], vai-nos poder posicionar de forma diferente e ter uma intervenção diferente e que é fundamental para a manutenção do nosso posicionamento no ranking da UEFA”, referiu.
Para Proença, depois da rivalidade com a Rússia, pelo sexto lugar na hierarquia, Portugal pode aspirar à quinta posição, nos próximos anos: “Esse é o objetivo para aqueles que trabalham na Liga”, frisou.
O alargamento da Liga dos Campeões, de 32 para 36 equipas, a partir de 2024, é uma das questões em debate na UEFA e na European Leagues, apesar do contexto pandémico.
“Os momentos de crise são sempre o momento também de grandes oportunidades”, sublinhou o dirigente, apontando como prementes algumas questões nacionais, como a centralização dos direitos televisivos, a alteração da tutela do futebol profissional para o Ministério da Economia, o modelo de distribuição de receitas provenientes de apostas desportivas e um “quadro fiscal que permita fazer a retenção de talento dos jovens jogadores”.
Para Proença, o “contexto pandémico” obrigou a “repensar tudo isto”, para que o futebol seja uma atividade atrativa: “E, verdadeiramente, conseguirmos mudar, para que esta indústria do futebol possa ser competitiva, comparavelmente com a indústria do futebol internacional, porque haverá poucas atividade económicas que consigam estar no sexto lugar do ranking europeu e o futebol faz isso”, vincou.
“Este é o momento claro, não só no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no qual o futebol profissional tem de estar contemplado, para nos podermos posicionar, de forma diferente e competitiva, com a restante indústria europeia”, concluiu.
Pedro Proença foi hoje oficialmente reconduzido como um dos seis membros da direção da European Leagues, na assembleia-geral do organismo, que reúne 37 competições profissionais de 30 países, juntamente com representantes dos principais campeonatos de Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália.
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