Em 194 jogos oficiais, o agora ex-técnico “leonino”, de 40 anos (nasceu a 20 de Junho de 1969), somou 117 triunfos, 46 empates (23,7 por cento) e 31 derrotas (16,0), com 311 golos marcados e 152 sofridos.
O antigo internacional português estreou-se no comando técnico do Sporting a 23 de Outubro de 2005 com um empate a dois golos em Barcelos, frente ao Gil Vicente, resultado que repetiu uma semana depois, perante o Boavista, no Bessa.
O avançado brasileiro Liedson marcou já nos descontos, mais precisamente aos 92 minutos, o golo que permitiu a Paulo Bento não perder no primeiro jogo pelos seniores.
A estreia a vencer de Paulo Bento aconteceu apenas três dias depois, em Alvalade: para a quarta eliminatória da Taça de Portugal, os “leões” ganharam ao Varzim por 2-0, com mais um tento do “Levezinho” e outro de Miguel Garcia.
No que respeita ao campeonato, o jovem treinador ainda somou mais um empate a dois (com o Boavista, no Bessa) antes do primeiro triunfo: 2-1 à União de Leiria, à 10.ª jornada, a 04 de Novembro, com golos de Beto e do brasileiro Rogério.
Em 2005/2006, o técnico que transitou dos juniores, que levou ao título na época anterior, conseguiu um recorde de 10 vitórias consecutivas na Liga, iniciado à 20.ª jornada, com uma vitória por 3-1 na Luz e travado à 30.ª, com um golo do “dragão” Jorginho, em Alvalade.
Nesse encontro, realizado a 08 de Abril de 2006, o Sporting teve uma soberana oportunidade para ascender à liderança: partiu a dois pontos do líder FC Porto, mas acabou derrotado (0-1), ficando a cinco e perdendo todas as hipóteses de chegar ao título.
Ainda com 18 equipas a disputarem a Liga, Paulo Bento, que assumiu o Sporting no sétimo lugar, após sete jornadas, e terminou em segundo, conseguiu 18 vitórias, seis empates e três derrotas (42-15 em golos).
A temporada seguinte, de 2006/2007, foi a mais produtiva dos “leões” sob o comando de Paulo Bento. A equipa voltou a sonhar até ao fim com o título, tendo ficado a apenas um ponto dos “dragões” (54-15 em golos), com o notável feito de não ter perdido fora (nove vitórias e seis empates).
O técnico “leonino” terminou a época com a conquista da Taça de Portugal, derrotando na final o Belenenses por 1-0, troféu ao qual juntou, na época seguinte, a Supertaça (1-0 ao FC Porto).
Em 2007/2008, o Sporting terminou o campeonato a distantes 14 pontos do FC Porto, diminuindo para 1,5 a média de golos por jogo e averbando sete derrotas, mais cinco que as sofridas na temporada anterior, mas, ainda assim, voltou, como aconteceu sempre, a ficar à frente do Benfica.
Nas competições nacionais a eliminar, o Sporting fez o pleno, garantindo presença na final da primeira edição da Taça da Liga, que perdeu para o Vitória de Setúbal, no desempate por grandes penalidades.
Na Taça de Portugal, a equipa revalidou o título, num percurso marcado pelo triunfo caseiro por 5-3 sobre o Benfica, nas meias-finais, após estar a perder por 2-0, e pela vitória na final, por 2-0, sobre o FC Porto, graças a um “bis” no prolongamento do inesperado “herói” Tiui.
Na Liga dos Campeões, a equipa terminou o grupo na terceira posição, e chegou aos quartos-de-final da extinta Taça UEFA, sendo afastado pelo Glasgow Rangers, com um desaire em Alvalade, após prometedor empate na Escócia.
Na época passada, o Sporting voltou a começar da melhor forma, ao reconquistar a Supertaça Cândido de Oliveira, com novo triunfo sobre o FC Porto, agora por 2-0.
No campeonato, o Sporting manteve a média de golos, mas conseguiu mais três vitórias (20), terminando a quatro pontos do FC Porto, equipa pela qual viria a ser afastado na quarta eliminatória da Taça de Portugal, no desempate por grandes penalidades.
Em termos europeus, a época foi simultaneamente a melhor e a pior. Os “leões” alcançaram pela primeira vez os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas acabaram por ser humilhados pelo Bayern de Munique, com derrotas por 5-0 em Alvalade e 7-1 na capital bávara.
A equipa acabou por perder a segunda final consecutiva da Taça da Liga, ao ser derrotada pelo Benfica no desempate por grandes penalidades, após um empate a um golo no tempo regulamentar de um jogo marcado pela arbitragem polémica de Lucílio Baptista, que prejudicou os “leões”.
A presente época começou muito mal, com uma desastrada pré-época a “contagiar” tudo o que se seguiu: o Sporting jogou sempre “sobre brasas”, só conseguindo, a espaços, fugir a uma confrangedora mediocridade exibicional.
O melhor momento dos “leões” terá acontecido em Florença, onde, após um empate a um em Alvalade, o Sporting esteve a vencer por 1-0 (golo de João Moutinho), colocando-se em excelente posição para chegar à “Champions”. Os locais marcaram e ficou hipotecado o primeiro objectivo.
Na Liga Europa, o Sporting está bem posicionado para atingir os 16avos-de-final, mas com resultados claramente melhores do que as actuações, e, no campeonato, a equipa segue num triste sétimo posto, a 12 pontos do líder Sporting de Braga, nove do Benfica e sete de FC Porto.
O Sporting está ainda envolvido na Taça de Portugal, competição na qual sob o comando de Paulo Bento nunca perdeu (foi eliminado duas vezes na “lotaria” das grandes penalidades, sempre face ao FC Porto), estando qualificado para a quarta ronda, após o 3-0 caseiro ao Penafiel.
Duas Taças de Portugal e outras tantas Supertaças, além de quatro segundos lugares no campeonato, são a herança que Paulo Bento deixa, em mais de quatro anos. Acabou por não dar para se tornar o “Alex Ferguson” dos “leões”...
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