Paulo Baptista admitiu avançar com um pedido de impugnação, junto do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, da classificação final dos árbitros, na qual ficou em penúltimo lugar, que levou à sua despromoção.
«Estou a analisar o assunto com o meu advogado, mas, em princípio, vou avançar para a impugnação. Tenho até sexta-feira para o fazer», disse à Agência Lusa Paulo Baptista, que não entende a alteração feita este ano da fórmula de atribuição da classificação dos árbitros.
De acordo com a prática seguida nos últimos anos, a nota final dos árbitros era obtida através da soma das notas dos observadores com a média dos dois testes físicos e escritos, a dividir pelo número de jogos realizados mais dois, por cada um dos testes.
Este ano, porém, a Secção de Classificações do Conselho de Arbitragem alterou o critério, passando a obter a nota final dividindo apenas pelo número de jogos realizados pelos árbitros, o que penaliza aqueles que apitam mais jogos, baixando-lhes a pontuação média final.
«Esta interpretação do regulamento subverte o espírito do mesmo, uma vez que penaliza os árbitros em quem o Conselho de Arbitragem confiou para apitar maior número de jogos», alegou Paulo Batista, que ficou em 24.º e penúltimo lugar da classificação, sendo despromovido, juntamente com o último, Renato Gonçalves.
Pela fórmula do ano passado, o juiz de Portalegre teria ficado em 21.º lugar e, no seu lugar, seria despromovido Jorge Tavares, agora classificado em 11.º lugar, ou seja, na primeira metade da tabela.
«Na próxima época pode não haver árbitros disponíveis na fase final da época, quando tudo se decide. Com esta fórmula, os árbitros que acumulem dez ou quinze jogos vão parar, arranjam uma lesão até final da época para ficarem nos primeiros lugares», alertou Paulo Baptista.
De acordo com Paulo Baptista, «a maioria, cerca de 90 por cento, dos árbitros está insatisfeita» com esta fórmula e dá o exemplo de Pedro Proença, que foi o terceiro da classificação, e que «teria ficado em segundo, pelo critério utilizado na época anterior».
«Ao contrário do que é habitual, este ano não enviaram aos árbitros a grelha com notas tidas ao longo da época e as médias, para que estes as confirmassem», revelou o juiz de Portalegre, confirmando que os árbitros foram completamente apanhados de surpresa pela classificação final que lhes foi atribuída.
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