Usam a voz para nos darem as imagens. Fazem do jogo de futebol uma emoção do principio ao fim (quando a partida assim o permite). Relato e futebol têm um ‘casamento’ que já dura há vários anos. Por momentos, quando a televisão apareceu, muitos pensaram que esta união terminaria. Em divórcio, ainda que amigável. Mas assim não foi. A emoção de ouvir um jogo é uma sensação que a imagem não permite.
Fernando Correia, João Ricardo Pateiro e Óscar Cordeiro pertencem a três gerações diferentes.
O primeiro há muitos anos que o faz. Começou ainda os jogadores não tinham números nas camisolas, quando ainda não havia comentadores ou repórteres de pista para abrilhantar a festa. Na altura da TSF dividiu o microfone com Jorge Perestrelo, um dos mais irreverentes relatores do panorama nacional (o homem de ripa na rapaqueca!), e quando este morreu, em 2005, voltou a ficar sozinho.
Fernando Correia tem uma voz suave e cheia, é mais sereno, sem tirar a emoção ao jogo, do que, por exemplo João Ricardo Pateiro. O relator da TSF voltou a fazer com que em Portugal se voltasse a falar de relato, como assume. Deu-lhe um toque diferente cantando os golos e os autores do mesmo. Está ‘na berra’, isso é inegável, e já conquistou um espaço na história da rádio.
Por seu lado Óscar é um jovem de 18 anos. Faz parte de uma geração para a qual a imagem é tudo. Ainda assim, determinado, quer fazer carreira numa área tão antiga como desgastante.
Qualquer um deles não acredita que relato e futebol terminem esta relação tão duradoura. Como todas as relações, vai-se adaptando aos tempos e às necessidades.
«Está para lavar e durar», diz Fernando Correia.
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