Nuno Sousa, candidato à presidência do Sporting nas eleições marcadas para 05 de março, apresentou hoje o seu programa eleitoral, no qual critica a gestão “de curto prazo” de Frederico Varandas e apresenta os eixos do seu projeto.
“A atual gestão do clube olha apenas ao curto prazo, enquanto a minha candidatura permitirá sustentar um projeto em que muitos se revejam, sério, sincero, sustentado e com substância, que respira Sporting”, pode ler-se no documento partilhado hoje com os órgãos de comunicação social, que reúne 100 páginas de propostas.
Na área do futebol, o gestor, de 45 anos, avança com uma proposta que assenta em quatro pilares fundamentais, “acabar com o subfinanciamento da formação, ter uma política desportiva definida pela SAD e aprovada em Assembleia Geral do clube, apostar definitivamente no futebol feminino e reestruturar o departamento médico”.
O candidato à presidência dos ‘leões’ destaca a falta de dinheiro canalizado pela SAD para o recrutamento da área de formação como o verdadeiro problema, que não é de pessoas nem de infraestruturas, e aponta como solução um orçamento pensado como um todo e não só para a equipa principal, sob pena de se hipotecar o futuro pelas decisões de curto prazo, de pagar mais aos atletas profissionais e consequentemente ‘secar’ financeiramente a formação.
Na área financeira, deixa uma garantia solene aos sportinguistas de que em momento algum aceitará alienar a maioria que o clube detém no capital da SAD e lembra que o ano de 2026, que coincide com o fim do mandato que sair das próximas eleições, será um ano decisivo para o futuro do Sporting.
“É o ano em que as VMOC’s (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) são recuperadas pelo clube ou pelo Millennium BCP e pelo Novo Banco, e neste caso, estas instituições tornam-se acionistas maioritários da Sporting SAD, com o clube a ficar com uma percentagem de 30 por cento”, alerta Nuno Sousa, para quem é crucial que o Sporting recupere as VMOC’s.
Por outro lado, considera que terá de haver a renegociação de todas as garantias associadas à dívida do Sporting, libertando verbas para o clube utilizar em projetos de investimento futuros, nomeadamente na retoma de património perdido.
Sugere ainda que a Sporting SGPS (Sociedade Gestora de Participações Sociais) adquira aos Bancos credores das dívidas do clube, da SAD e as VMOC´s, ficando beneficiária das potenciais mais valias da operação.
“Como a Sporting SGPS deve ao clube cerca de 70 milhões de euros, far-se-á um encontro de contas, ficando o clube na posse das ações da SAD e sem dívida bancária”, sugere o candidato Nuno Sousa, para quem a SAD deve continuar a amortizar a dívida, tal como faria caso tudo se mantivesse nos Bancos credores, mas beneficiando de novas condições e de um balanço limpo.
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