O presidente da Promovalor, Luís Filipe Vieira, disse hoje aos deputados da comissão de inquérito ao Novo Banco que veio ao parlamento por também ser presidente do Benfica e não grande devedor do banco, uma afirmação contestada pelos deputados.
"Eu tenho a noção exata que estou aqui porque sou presidente do Benfica, senão não estava cá, tenho essa noção exata. Bastou ver o aparato que eu vi todo hoje, comunicação social... tenho a certeza", disse hoje o também presidente do Benfica no parlamento.
Luís Filipe Vieira foi prontamente interrompido pelo presidente da comissão de inquérito ao Novo Banco, Fernando Negrão (PSD), que disse que "o que se passou lá fora" não "interessa absolutamente nada" aos deputados.
O presidente da Promovalor chegou ao parlamento com mais de meia hora de antecedência face à hora marcada (15:00), e no acesso às salas da comissão de inquérito estavam presentes vários jornalistas, como é habitual em audições mais mediáticas.
Em redor da Assembleia da República também estiveram cortadas ao trânsito várias partes da rua de São Bento e da rua Correia Garção, junto à escadaria do parlamento.
"O senhor não está aqui por causa do Benfica. Relativamente a nós, não está aqui por causa do Benfica", reiterou o presidente da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
A questão tinha sido levantada quando Luís Filipe Vieira começou a falar sobre a gestão do Benfica em resposta ao deputado Duarte Alves (PCP), que lhe tinha perguntado acerca de potenciais conflitos de interesse acerca da venda de partipações do Novo Banco na SAD do Benfica.
A palavra passou depois para a deputada Cecília Meireles (CDS-PP), que quis "deixar claro" que Luís Filipe Vieira veio ao parlamento por ser um grande devedor do Novo Banco.
"Se nós olhamos para uma lista das perdas imputadas, acumuladas, que são pagas por todos os contribuintes, o senhor é o segundo maior devedor responsável pelas perdas, e por isso é que está aqui hoje", disse a deputada centrista.
Antes, Luís Filipe Vieira já tinha expressado indignação perante outros devedores, que não identificou, dizendo que "têm iates, têm aviões, pediram a insolvência... mas é aos milhões".
"Quem tentou fazer contas para aquilo que deve e dar a cara, tem que vir para interrogatório", disse o presidente da Promovalor.
O presidente da comissão, Fernando Negrão (PSD) pediu que identificasse "essas pessoas" e também "factos".
"Presidente, é tão fácil. Se quiserem ver, é tão fácil", disse Luís Filipe Vieira.
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