O advogado de colocou uma ação em tribuna para afastar Luís Filipe Vieira da presidência do Benfica não concorda com a forma como Rui Costa foi conduzido à presidência do clube, na ausênci de LF Vieira.

Jorge Mattamouros sublinha que Rui Costa terá de marcar eleições o mais cedo possível e, caso não faça, ameaça agir judicialmente.

"Se Rui Costa não convocar eleições, vou avançar com os mecanismos legais a nível estatutário e judiciais necessários para que haja eleições. Não estou a pedir que haja eleições amanhã. Está a ser pedido que haja uma declaração nos próximos dias que defina a situação. Se tiver de judicializar a situação para promover eleições democráticas e livres, vou fazê-lo. Vou estar investido em tentar assegurar de forma lícita que seja devolvida a palavra aos sócios", ameaçou o advogado e sócio do Benfica, em declarações ao programa 'Sexta às 9' da RTP.

À mesma estação, Mattamouros deixou críticas à forma como os restantes membros da direção do Benfica têm gerido a detenção de Luís Filipe Vieira.

"Temos um presidente em funções autossuspenso e um presidente que se diz em funções de forma autoproclamada. É uma aberraçao jurídica. Há pessoas que estão na Direção que fazem e fizeram parte do conselho de administração da SAD, que foi lesada, durante seis ou sete anos. É uma tentativa de golpe de estado interna", acusou,

Sobre as acusações que pendem sobre Luís Filipe Vieira, Mattamouros sublinha que "é evidente que não estava a operar sozinho".

"A minha convicção é a de que há pessoas dentro da SAD que nao só foram coniventes como participaram em alguns dos atos", atirou.

Luís Filipe Vieira, de 72 anos, é uma das quatro pessoas detidas, sob suspeita de estar envolvido em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

O empresário comunicou hoje a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica, “com efeitos imediatos”, por intermédio do seu advogado, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde aguardava para ser presente a primeiro interrogatório judicial, no âmbito da operação ‘cartão vermelho’.

Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como ‘o rei dos frangos’.