Desengane-se aquele que pensa que o 'match-fixing' não passa de um mito do futebol e da prática desportiva em geral. Andreas Kannich, diretor executivo da Sportradar, empresa líder mundial em serviços de integridade aplicados ao desporto, esteve esta sexta-feira no Football Talks para falar sobre o fenómeno crescente da combinação de resultados nas diferentes modalidades.
O dirigente considera que a monitorização no sentido de prevenir a proliferação deste fenómeno tem crescido nos últimos 17 anos, mas nota que "ainda faltam dar alguns passos" em termos de regulamentação e punição dos infratores.
Os números falam por si. Desde 2009 foram detetados 2900 partidas desportivas que resultaram em 2000 participantes considerados culpados e consequentemente castigados pelas entidades desportivas. Contudo, apenas 24 indivíduos foram considerados culpados e sancionados judicialmente. "Resultados pouco visíveis", referiu Kannich.
Andreas Kannich salientou ainda que o continente asiático acaba por ser o mais problemático no que ao 'match-fixing' diz respeito, devido à pouca regulamentação que ainda existe. Destacou, no entanto, alguns (ainda que poucos) casos de "sucesso" no combate aos resultados combinados no futebol. Na UEFA, foram detetados e punidos escândalos envolvendo dois clubes, o Skenderbeu, da Albânia, e o FK Kruoja, da Lituânia. Já no caso da Confederação Asiática de Futebol, foi a própria federação do Laos a ser visada.
De referir que a Sportradar mantém parcerias com diversas organizações internacionais, entre as quais a UEFA, a AFC (Confederação Asiática de Futebol), a ‘World Rugby’, a ICC (Câmara Internacional de Comércio), a NBA e a NHL (Liga Nacional de Hóquei), e monitoriza cerca de 230 competições de futebol em todo o mundo.
Em dezembro de 2016 foi assinada uma parceria entre a empresa suíça e a Federação Portuguesa de Futebol, para que a primeira passe a monitorizar, a partir de janeiro de 2017, as competições não profissionais de futebol sujeitas a aposta.
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