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O Sindicato de Jogadores conseguiu o compromisso de Mário Figueiredo para encontrar solução dos salários em atraso.
O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol disse hoje que, na sua audiência com o presidente da Liga, conseguiu o compromisso de Mário Figueiredo para procurar soluções para o problema dos salários em atraso.
«O presidente da Liga comprometeu-se a procurar soluções, que os jogadores exigem. É importante que se passe das palavras aos atos. Não sei quanto tempo mais os jogadores estão disponíveis para responder pelos erros de gestão dos dirigentes», disse à agência Lusa Joaquim Evangelista.
O responsável sindical contou que solicitou ao presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) que, por um lado falasse com os clubes no sentido de saber quais são as respostas que, em primeiro lugar, pretendem dar à questão dos salários em atraso.
«E, em segundo lugar, na incapacidade de os clubes o fazerem, de encontrarmos uma solução que ajude a minimizar este problema, nem que seja através, eventualmente, de um mecanismo financeiro que ajude, não a pagar os salários, mas a dar uma resposta económica aos jogadores mais carenciados», destacou.
Segundo Joaquim Evangelista, os «jogadores estão no limite de pagar a fatura do que outros fizeram por eles» e, por isso, pediu a Mário Figueiredo que condene «a indisciplina financeira e o comportamento de alguns clubes», que não podem apenas vitimizar-se.
«É verdade que há dificuldades e que [as equipas] têm o direito de expressar a sua opinião relativamente aos problemas, mas é preciso que alguém lhes diga que há que haver rigor no compromisso das obrigações», relembrou.
Para o presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), é «um disparate» estar-se a discutir o alargamento das competições profissionais, num momento em que clubes como União de Leiria, Vitória de Guimarães ou Naval têm vários meses de salários em atraso.
«A forma e a oportunidade não ajudaram nada. Numa conjuntura negativa, em que os clubes não conseguem sequer cumprir com as obrigações e em que a liga não consegue garantir o cumprimento das obrigações de 32 clubes, como é que se vai conseguir garantir [o cumprimento] de mais clubes?», questionou.
Na opinião de Evangelista, antes de se resolver o problema do alargamento, tem de se resolver o problema da sustentabilidade do futebol em Portugal: «O presidente da LPFP tem de exigir que alguns clubes baixem a sua folha salarial. Não podem gastar tanto como gastam. Há clubes da segunda liga a comportar-se como se estivessem numa divisão superior».
O responsável do SJPF considerou que a reunião que manteve com o presidente da LPFP «abre uma janela de oportunidade a uma plataforma de diálogo», que espera seja produtiva.
«A Liga foi recetiva, agora tem de traduzir em atos aquilo a que está disposta», concluiu.
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