O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este domingo que irá falar com António Costa sobre o apoio do primeiro-ministro à recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica.

Questionado pelos jornalistas durante uma visita a Alcoutim se, como adepto do SC Braga, estaria disposto a integrar a comissão de honra de António Salvador, Marcelo Rebelo de Sousa comentou a polémica.

“Isso é uma maneira subtil de querer saber a minha opinião sobre a posição do primeiro-ministro relativamente às eleições do Benfica. O que eu sei é através da comunicação social e o que eu ouvi foi a explicação do senhor primeiro-ministro dada na comunicação social. Só saberei mais na audiência [com Costa] daqui por uns dias", disse, em declarações citadas pelo jornal 'Público".

Perante a insistência dos jornalistas para comentar o que faria, num caso hipotético, se o próprio Marcelo Rebelo de Sousa quisesse apoiar alguém à presidência do seu clube, o chefe de Estado respondeu que “não queria comentar nada”.

“Não falei ainda com o senhor primeiro-ministro e, sobretudo, porque não é uma questão hipotética, é uma questão concreta, é uma determinada pessoa, exercendo uma determinada função, em relação a um determinado acontecimento desportivo, num determinado momento histórico e num determinado contexto, portanto, não é possível fazer considerações teóricas sobre uma realidade concreta, eu espero receber o primeiro-ministro na audiência desta semana”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Agência Lusa.

O jornal 'Expresso' do último sábado deu conta da presença do Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina e do Primeiro-Ministro, António Costa, na comissão de honra da candidatura do atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira,  à presidência do Sport Lisboa e Benfica. O apoio de Costa a Vieira mereceu críticas de vários políticos, como de Rui Rio (PSD), Catarina Martins (BE) e André Silva (PAN).

Em declarações aos jornalistas à saída do XIX Congresso da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, no pavilhão Paz e Amizade, em Loures, o Primeiro-Ministro considerou que apoio faz parte da sua vida fora da política.

"Não vou fazer nenhum comentário sobre um assunto que não tem rigorosamente nada a ver com a vida política nem com as funções que exerço ou exerci", afirmou António Costa.

A exclusão do corredor aéreo britânico e a F1 e MotoGP em Portimão

Após a visita ao lar Nossa Senhora da Conceição, em Martim Longo, Marcelo Rebelo de Sousa tem na agenda oficial um jantar com os presidentes de Câmara do Algarve num hotel de Alcoutim, pelas 20:00, onde espera inteirar-se de como os autarcas pensam reagir ao recente anúncio do Reino Unido de excluir Portugal do corredor aéreo que isenta os viajante de quarentena à chegada a território britânico devido à Covid-19.

“Quando tivemos a última reunião havia a esperança que se pudesse prolongar o corredor por mais uma semanas, porque havia marcações, havia reservas e expectativas muito boas para o mês de setembro, para uma série de eventos em outubro, nomeadamente o Masters de Golfe e a Fórmula 1 e, em novembro a prova de motos internacional [MotoGP], mas havia o medo que houvesse uma decisão inglesa desfavorável”, disse o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que a decisão britânica de retirar Portugal do corredor aéreo verificou-se e aguarda pela reunião com os autarcas “para ver um bocadinho como é que eles medem os efeitos” da decisão.

“Porque eu pude ver ainda há dias que o efeito era muito bom de subida do turismo inglês e, agora, eles [autarcas] vão dizer-me quão maus são os efeitos desta decisão britânica”, antecipou, acrescentando que quer “também perceber como vão reagir a isso, o que é que é possível fazer, supondo que não há uma alteração da situação nos próximos tempos”.

O Presidente da República considerou que “era importante” haver uma reversão da decisão britânica que permitisse ao Algarve regressar ao corredor aéreo com o Reino Unido, sobretudo porque “já estão vendidos muitos milhares de bilhetes” para as prova de Fórmula 1 e ”já esteva cheia a ocupação hoteleira um pouco por todo o Algarve”.

“Vamos ver o que passa, vai depende de duas coisas, da frente diplomática e da evolução da pandemia”, disse, reconhecendo que os dados de infetados divulgados hoje pelas autoridades de saúde portuguesas, acima dos 600, “não é uma boa notícia” porque se registou a um fim de semana, quando os números costumam ser menores do que nos dias de semana.

*Artigo atualizado às 19h32