A I Liga regressa no próximo dia 3 de junho, debaixo de fortes medidas de segurança e de higiene devido à pandemia de COVID-19, que obrigou a competição a parar no passado dia 12 de março. 87 dias desde a última vez que a bola rolou, os jogadores regressam aos relvados, mas vão encontrar bancadas despidas. Isto porque todos os jogos serão realizados à porta fechada, até ao final da prova esta época.
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O SAPO Desporto foi à procura dos grandes adeptos dos clubes da Primeira Liga que agora se vêem privados de apoiar o clube do seu coração ao vivo nos respetivos estádios, de forma a saber como estão a planear viver os restantes nove jogos que os seus emblemas têm em falta.
Luís Carlos, fundador da Torcida Verde - claque do Sporting - não vai poder dirigir-se como habitualmente ao Estádio de Alvalade para ver a sua equipa jogar, sublinhando que não pensa fazer iniciativas de apoio a partir das redes sociais, isto porque são do "terreno e da luta".
SAPO Desporto - Está a pensar ir até ao estádio, mesmo não podendo entrar, para apoiar o seu clube?
Luís Carlos - Não vamos a lado nenhum, não na nossa opinião nem devia haver jogos. É uma falta de respeito para com os adeptos, bem sei que os clubes estão aflitos, devido a razões económicas. Deixámos que o futebol fosse capturado pelos interesses.No nosso entender não podia haver futebol neste situação de pandemia. Em Bergamo, o Atalanta-Valência [Liga dos Campeões] foi uma autêntica bomba biológica que esteve na origem do surto no norte de Itália. Participámos inclusivamente na iniciativa No Football without fans. Sem adeptos não deviam haver jogos. Ponto."
SD - A indústria do futebol deve ser repensada tendo em conta esta situação de pandemia?
LC - Sim, deve deixar-se de gastar milhões em jogadores que já não sentem um clube. O futebol nunca vai acabar, enquanto houver uma criança e uma bola de futebol.
SD - Está a pensar em ver os jogos pela televisão?
LC - Não. Só na rádio. Recuso-me a alimentar esta indústria. A forma de isto se endireitar eram os adeptos deixarem de ver televisão. Não havia tanta receitava, e o futebol ficava mais purificado.
SD - Sobre a situação no próximo ano, fala-se que as assistências possam ser limitadas nos estádios? Acho que essa situação é sustentável?
LC - Com 25% de pessoas no estádio, se essa for a decisão da direção, mais vale o estádio não abrir. Pagávamos uma verba simbólica e não íamos na mesma.
SD - Estão a pensar em alguma iniciativa, mesmo nas nas redes sociais?
LC - Somos de terreno e da luta, não somos das redes sociais.
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