A Liga Portugal convocou esta terça-feira uma Assembleia Geral Extraordinária para o próximo dia 2 de junho onde, entre outros assuntos, será discutida e analisada uma Carta Aberta ao Governo.

A Carta, que será apresentada nessa reunião magna, pretende traduzir "o
descontentamento da Liga Portugal e das Sociedades Desportivas pela discriminação de que o futebol profissional tem sido objeto e para a reclamação de medidas concretas e de implementação imediata, destinadas a compensar os prejuízos resultantes deste tratamento injustificável pelo Governo de Portugal".

Além disto, serão também apreciados, discutidos e analisados os Regulamentos das Competições, Disciplina e de Arbitragem para a próxima época.

Pedro Proença, presidente da Liga, já tinha exigido, numa entrevista à Agência Lusa, “respeito e equidade” ao Governo no tratamento da modalidade, fazendo um balanço positivo das competições profissionais, após grande esforço dos envolvidos.

“O futebol existe para os adeptos, é para isso que nós promovemos a nossa atividade, e foi absolutamente inaceitável a forma como o futebol foi tratado, na falta de equidade em relação a outras atividades. O futebol tinha todas as condições para ter tido público mais cedo. Os números da pandemia, da forma como evoluíam, permitiam e ninguém compreende que não tivesse acontecido. E aqui, as entidades de saúde pública não trataram o futebol com o respeito que merece”, frisou.

Antevendo a temporada de 2021/22, Pedro Proença exigiu “respeito” e o regresso do público aos recintos desportivos.

“Esta é uma exigência que fazemos, para que a próxima época possa começar de forma diferente. Não permitiremos, em momento nenhum, que o futebol continue a ser tratado desta forma. Exigimos o respeito, o respeito aos clubes do futebol profissional”, afirmou.

Nesse sentido, recordou o impacto económico das competições profissionais, para denunciar a diferença no tratamento, por parte da tutela.

“A LPFP e os clubes têm feito um trabalho de colocação e posicionamento do que vale o futebol profissional na nossa indústria e na nossa economia. Hoje, o futebol profissional representa cerca de 0,3% do PIB, são mais de 800 milhões de receita desta indústria. Aquilo que exigimos hoje, e não o fizemos antes porque queríamos que as nossas competições terminassem com toda a tranquilidade, é que o futebol seja tratado exatamente como as outras indústrias, que tiveram apoios, económico-financeiros e de enquadramento”, sublinhou.

Em causa está, segundo Proença, a falta de resposta a algumas reivindicações, como a criação de uma linha de financiamento para o setor ou os pedidos de revisão do enquadramento fiscal ou da lei das apostas desportivas.

“É impensável que o futebol faça uma carta datada de março deste ano e, passado mais de dois meses, não tenha uma resposta. O futebol não se vai permitir a este tipo de comportamento, a tutela tem de perceber que tem de ser dada uma resposta efetiva às dificuldades de uma indústria”, realçou.