A Liga Portuguesa de Futebol Profissional frisou, esta sexta-feira, que “comunga” das preocupações hoje tornadas públicas pelo presidente da FPF, Fernando Gomes, esclarecendo que as mesmas vão ao encontro de vários apelos que já fez anteriormente.
“A Liga Portugal comunga das preocupações hoje tornadas públicas pelo Presidente da FPF. Tão-só por irem ao encontro dos nossos apelos e diplomacia junto de todas as sociedades desportivas e outros agentes, sobretudo desde meados da época anterior”, explicou a Liga, em nota enviada à Agência Lusa.
O organismo que superintende o futebol profissional lembra “por exemplo, o apelo tornado público a 25 de abril, quando o Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, revelou estar preocupado com as intransigências, suspeitas, desconfianças, clivagens e comportamentos violentos e excessivos”.
“Já então, sublinhou paixões exacerbadas a roçar a irresponsabilidade para apelar à realização de um encontro para a pacificação, alargado e ao mais alto nível, apelando inequivocamente à serenidade e à elevação dos discursos”, recorda a Liga de clubes.
Desta forma, a Liga considera que há um “alinhamento concreto entre a Direção da Liga e o apelo do presidente da FPF no que toca à necessidade de travar o clima tenso e de enorme clivagem no futebol profissional”.
“Assumindo as nossas responsabilidades quanto a medidas nesse sentido, preparamo-nos para rever os estatutos da Liga Portugal, já na próxima segunda-feira, em Assembleia Geral para o efeito”, avança à Lusa o organismo.
A intenção da Liga é “comprometer as sociedades desportivas e os seus máximos responsáveis com uma participação mais proativa em defesa das competições e do bom nome do futebol profissional, conciliando os interesses comuns da indústria”.
“Estamos convictos de que esta união das máximas entidades – Federação, Liga e até as instituições governamentais – em torno da pacificação do setor começará a surtir efeito a breve prazo”, rematou a LPFP.
Num texto hoje publicado nos três jornais desportivos, Fernando Gomes alerta para os “sinais de alarme” decorrentes da “apologia do ódio” e de um “constante tom de crítica em relação à arbitragem”, instando à ação dos clubes e Estado.
Na análise feita por Fernando Gomes, nomeado na quarta-feira para a Comissão Executiva da FIFA, o dirigente diz que o “tom de crítica em relação à arbitragem é inaceitável e impróprio de um país civilizado e com espírito desportivo”.
“Estas críticas, que muitas vezes são inspiradas em dirigentes com as mais altas responsabilidades, potenciam o ódio e a violência. São, quase sempre, uma forma de tentar esconder insucessos próprios, além de constituírem atos de cobardia”, prosseguiu o líder da FPF.
Um cenário, de ameaça e crítica, de ódio entre clubes – “espalhado por redes sociais e órgãos de comunicação social” -, e que segundo Fernando Gomes não pode ser ignorado pelos clubes profissionais, nem pelo Estado.
“O Estado, o Governo, a Assembleia da República, os diferentes responsáveis institucionais devem envolver-se cada vez mais neste objetivo coletivo de combater de forma efetiva as ameaças ao futebol, nas suas diversas vertentes”, escreveu.
Ainda de acordo com Fernando Gomes, “a FPF está disponível para colaborar com o Estado em todas estas frentes, nomeadamente na revisão das competências do Conselho Nacional do Desporto, um órgão que poderá desempenhar papel fulcral”.
“A FPF está a fazer a sua parte e estará sempre do lado das soluções construtivas e pacificadoras. Ninguém pode ficar de fora desta responsabilidade”, concluiu.
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