O espanhol David Belenguer, presidente da SAD do Tondela, destacou a elevada qualidade do jogador de futebol português, derivada da "mistura cultural" com o Brasil e as ex-colónias africanas, que atrai cada vez mais clubes estrangeiros.
"São bons, antes de mais. Depois, Portugal sempre vendeu bem, não apenas futebolistas, mas tudo. É um país comerciante, vendedor. Mas principalmente porque os jogadores são bons e têm muita influência do futebol brasileiro. Há também muita mistura das [antigas] colónias portuguesas e, nessa mistura cultural, aparecem coisas boas", afirmou na quarta-feira o dirigente à agência de notícias espanhola Efe.
O líder da SAD do clube da I Liga portuguesa de futebol salientou que os jogadores portugueses são "muito procurados", revelando que, nos desafios em casa do Tondela, existe "um sem fim de olheiros" que observam os jogadores. "[Portugal] converteu-se num lugar em que muitas equipas vão 'pescar' jogadores", assinalou.
Paralelamente, David Belenguer considerou que o futebol português tem grande margem para melhorar a partir do momento em que os direitos televisivos sejam comercializados de forma conjunta.
"A Liga portuguesa oferece qualidade enquanto produto aos seus jogadores, mas há um grande espaço para melhorar, porque a sua internacionalização ainda não foi comercializada. Está agora a decorrer o processo de negociação para a comercialização dos seus direitos [televisivos] de forma conjunta. Creio que só há dois países na Europa que não negoceiam esses direitos de forma conjunta e aí está o grande salto de qualidade que pode ter o futebol português", lançou.
O responsável, que é diretor-geral do Hope Group, uma 'holding' de capitais chineses que detém 80% da SAD do Tondela (desde novembro de 2018), mas que também controla a maioria do capital do clube espanhol Granada e parte do italiano Parma, desvendou os planos que tem para o emblema beirão.
"O Tondela é uma equipa muito pequenita que faz as coisas muito bem e que não faz aquilo que não pode fazer. O primeiro objetivo que estamos a perseguir é profissionalizar o clube e convertê-lo numa sociedade anónima de forma racional e eficiente. Depois, que tenha uma permanência estável na I Liga, e, acima de tudo, participar no processo de profissionalização e da negociação dos direitos [televisivos] de forma conjunta", rematou.
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