Bruno de Carvalho foi ouvido esta sexta-feira no tribunal de Monsanto, na 35.ª sessão do julgamento da invasão à academia do Sporting, em maio de 2018.

O antigo presidente do Sporting, um dos 44 arguidos no processo, deu a sua versão dos factos que levaram a sua destituição como presidente da SAD do emblema de Alvalade.

Eis algumas frases marcantes do depoimento de Bruno de Carvalho

"O que se passou em Alcochete foi um crime hediondo, absolutamente lamentável".

"Se for condenado, sou o criminoso mais imbecil do Mundo"

"William Carvalho quando saía à noite e se metia em problemas, o que era comum, a quem é que ligavam? A membros da claque.

"Depois de eu dizer a Jesus que a Juve Leo não podia entrar na Academia, ele foi nas minhas costas e autorizou"

"[Jorge Jesus] acabou por destruir o Sporting, as pessoas, o presidente e sua familia"

"Tenho a teoria da panela de pressão. Às vezes é só preciso tirar o pipo para esvaziar"

"Era gritos, umas pessoas a fumar charros, outras...Quiseram agredir-me. Eu queria era sair dali. Daí ter dito 'façam o que quiserem'"

"Sou o mandante terrorista mais imbecil do mundo, porque me queriam bater a mim"

"As duas pessoas que iam ser despedidas eram Jesus, que acabou condecorado, e Varandas, que acabou presidente. E o despedido fui eu"

"Estiveram aqui sentados dois casuais como testemunhas: Pedro Silveira ['Barbini'] e Gonçalo Amaral. A procuradora Cândida Vilar diz que os 'casuals' são a pior coisa do mundo. Eles estiveram aqui como testemunhas e eu estou aqui como arguido"

O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho, tal como Mustafá, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, responde, como autor moral, por 40 crimes de ameaça gravada, por 19 crimes de ofensas à integridade física qualificadas e por 38 crimes de sequestro (estes 97 crimes classificados como terrorismo, puníveis com pena de prisão de dois a 10 anos ou com as penas correspondentes a cada um dos crimes, agravadas em um terço nos seus limites mínimo e máximo, se estas forem iguais ou superiores).

Os restantes arguidos (41) são acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.