O jornalista Marco Freitas foi hoje, de acordo com o director do Diário de Notícias da Madeira, agredido pelo presidente maritimista, Carlos Pereira, durante um treino da equipa que compete na Liga portuguesa de futebol.
“O presidente do governo regional instigou publicamente os maritimistas a revoltarem-se contra o "Diário". Pelos vistos, até hoje, que se saiba, e apesar de ameaças e cartazes durante o jogo Marítimo-Benfica, essas instigações apenas chegaram ao presidente do Marítimo”, disse à Agência Lusa o director Ricardo Miguel Oliveira.
O presidente do Marítimo, em declarações à Agência Lusa, negou por completo as agressões e disse que apenas confrontou o jornalista sobre aquilo que este escreveu a seu respeito.
“Como assinante do Diário de Notícias, confrontei o jornalista daquele órgão, no sentido de solicitar-lhe um esclarecimento sobre aquilo que escreveu a meu respeito na crónica do jogo Marítimo–União de Leiria. Foi apenas um confronto verbal e não houve agressão, situação que pode ser corroborada pelas pessoas que se encontravam presentes”.
Ricardo Miguel Oliveira revelou que o jornalista foi “agredido com um soco na cabeça e depois arranhado no pescoço” e, só “posteriormente”, Carlos Pereira quis falar com o profissional do diário.
“Primeiro bateu e depois disse que podiam então conversar sobre a crónica de domingo passado (Marítimo – União de Leiria, 1-1)”, adiantou.
O Marítimo, de acordo com o director Ricardo Miguel Oliveira, “não passa credenciais” ao jornal nos últimos três jogos, “obrigando os jornalistas à compra de bilhete”.
Desta forma, no último domingo, o jornalista Marco Freitas assistiu ao encontro com a União de Leiria no “meio dos adeptos e deu, na crónica, conta do descontentamento existente e da atribuição de culpas ao presidente do Marítimo”.
“Este é o corolário de uma série de atitudes de um clima de terror e de concorrência selvagem contra o Diário de Noticias e os seus profissionais. Há instigações públicas do presidente do Governo para os maritinistas se revoltarem contra o jornal”, reiterou.
Ricardo Miguel Oliveira já reuniu o Conselho de Redacção, que “condena a atitude deplorável” de Carlos Pereira, não a “confundindo com a história do Marítimo”
O jornalista, disse Miguel Oliveira, deslocou-se ao hospital para receber tratamento e apresentou queixa no comando distrital da PSP.
O Bloco de Esquerda, na Assembleia Legislativa Regional, apresentou um voto de protesto “pela agressão ao jornalista do Diário de Notícias do Funchal, por parte do presidente do Marítimo, cuja SAD é participada pelo Governo Regional”.
O Partido Socialista disse tratar-se “de uma situação condenável, não só pelo respeito ao trabalho dos jornalistas, mas ainda mais condenável porque perpetrada no âmbito do Desporto”.
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