Uma pesquisa rápida no Google a propósito do número treze oferece-nos um sem número de resultados para todos os gostos. À cabeça, o azar associado a que os supersticiosos preferem chamar de má sorte. E sob pena de haver por aí quem dessa maleita sofra, chamemos de má sorte àquilo por que passaram Benfica e Sporting na jornada...13. Primeiro as águias, que empataram, depois os leões, que perderam.
A mesma pesquisa refere também que para muitos o mesmo número significa uma maré de sorte e pode até ser entendido com uma fase de recomeço, de novos caminhos. Terá sido isto a acontecer no Dragão na noite deste sábado? Sorte ou azar, a seu tempo saberemos, há um facto incontornável: esta jornada 13 não correu nada mal ao FC Porto, que numa única ronda passou de terceiro para primeiro, ainda que em igualdade pontual com o Sporting.
Evanilson, Zé Pedro e Pepe, por esta ordem, marcaram para o FC Porto. O avançado brasileiro chegou aos 11 golos esta época e já bateu o registo da época passada. O jovem central estreou-se a marcar e respondeu da melhor forma à oportunidade dada por Conceição. Já o internacional português é agora o terceiro jogador mais velho de sempre a marcar no campeonato português: 40 anos, 9 meses e 14 dias.
Foi assim que os azuis e brancos chegaram a um triunfo sólido. Ao cair do pano, já com o jogo decidido, o Casa Pia reduziu através da marcação de uma grande penalidade batida por Fernando Andrade. Na primeira visita à antiga casa, o avançado brasileiro já igualou o número de golos marcados pelo FC Porto no Dragão: um.
A derrota com o Estoril deixou mossa. Foi Sérgio Conceição a reconhecê-lo, quando deixava escapar na antevisão da partida que "no FC Porto não basta ter contrato, é preciso sentir o clube". A frase terá chegado ao destinatário. A equipa portista entrou sedenta de golos e com uma capacidade de pressão sufocante. É certo que as escorregadelas dos principais rivais ofereciam um novo ânimo, mas as novidades no onze lançadas por Sérgio Conceição mostraram que muito do Estoril ainda pairava no Dragão: David Carmo nem sequer apareceu na ficha de jogo. Jogou Zé Pedro, enquanto Fábio Cardoso viu o apito inicial do banco.
Iván Jaime foi opção inicial relegando Galeno, que acabou por ser suplente utilizado. Alan Varela estava em dúvida, mas recuperou e jogou de início. Enquanto João Mendes manteve a titularidade, apesar da presença de Zaidu no banco.
Os dragões estiveram quase sempre por cima do jogo, com autoridade, mas sem arrogância. Foram humildes, trabalharam e colheram os frutos de um bom trabalho de equipa, que quis responder à derrota com o Estoril, mas sobretudo ao raspanete público do seu treinador. Agora há jogo decisivo para chegar aos 'oitavos' da Liga dos Campeões, esta quarta-feira, diante do Shakhtar Donetsk. Depois há clássico em Alvalade, dia 18.
O momento: Zé Pedro, 'O Homem do Leme'
Golo importantíssimo que estancou qualquer reação à curta desvantagem de um golo trazida no primeiro tempo. Crucial para a manutenção do resultado. Estreia a marcar do jovem central dos dragões pela equipa principal.
O melhor: Eustáquio
Não marcou, mas foi um autêntico operário em campo durante todo o jogo. Eustáquio foi considerado o MVP e não podia ser de forma. Assistiu duas vezes para golo e encheu o meio-campo, aparecendo muitas vezes em zonas de perigo para finalizar - o que esteve muito perto de acontecer ainda na primeira parte - mas também para assistir os colegas, desta vez com o mesmo critério. Por outras palavras, esteve em todo o lado.
Por uma questão de justiça, uma referência a Clayton, avançado do Casa Pia. Foi o melhor dos gansos, o mais desiquilibrado e o que mais trabalho deu à defesa portista. Espelho disso mesmo foi o lance em que rematou ao ferro da baliza da Diogo Costa, já depois de ter obrigado Pepe a uma intervenção arriscada para impedir a progressão do avançado em direção à área portista, onde ficaria isolado.
O pior: O azarado Iván Jaime e o desaparecido David Carmo
O avançado espanhol foi titular, o que não acontecia desde Setembro, mas uma lesão na perna direita afastou-o da partida aos 57 minutos. Destaque também para David Carmo, que acabou por ser tema no jogo por não fazer parte dele. Depois de estar envolvido nos três golos do Estoril no jogo da Taça da Liga, o defesa portista nem sequer esteve na ficha de jogo.
Uma nota para o lance entre Pepe e Clayton. O avançado dos gansos aproveitou um mau passe de João Mendes e disparou em direção à baliza portista. O experiente central apareceu pelas costas e na disputa de bola o ponta-de-lança do Casa Pia acabou por cair. O banco dos lisboetas pediu falta, mas João Gonçalves e o VAR mandaram seguir. É um momento crucial do jogo porque uma eventual expulsão, aos 30 minutos, podia mudar - e muito - o desfecho da partida. Está incluído no pior do jogo, porque fica a ideia de que o juiz principal podia ter sido chamado pelo VAR para, pelo menos, avaliar o lance com recurso às imagens. O que não aconteceu.
As reações
Sérgio Conceição: "O FC Porto não passou de besta a bestial"
Pedro Moreira: "Já esperava um FC Porto de orgulho ferido"
Veja o resumo da vitória azul e branca:
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