Jonas, o goleador máximo do Benfica, cumpriu aquela que terá sido (arriscamos nós) uma das resoluções para o novo ano civil, ao estrear-se a marcar contra o Sporting. O 1-1 final, uma grande penalidade aos 89 minutos, veio dar justiça a um dérbi em que a equipa de Rui Vitória, ironia das ironias, fez pela vida, e os homens de Jorge Jesus, à partida mais confiantes para este encontro, encolheram-se. Isto porque esteve quase toda a partida em busca do empate, depois de Gelson Martins, também ele a marcar pela primeira vez num dérbi, ter colocado os 'leões' em vantagem ao minuto 19. Os rivais de Lisboa continuam, assim, separados por três pontos - sorriu o FC Porto, que cerca de uma hora antes havia vencido em Santa Maria da Feira.
Tanto Rui Vitória como Jorge Jesus optaram por não surpreender neste dérbi, apresentando onzes sem sem rigorosamente nada de novo. Alex Grimaldo, que era a grande dúvida para este encontro, entrou diretamente para a equipa ‘encarnada’, com Rúben Dias a render o lesionado Luisão e a fazer dupla com Jardel no eixo da defesa.
No lado do Sporting, Rodrigo Battaglia foi aposta para o miolo, a par de William Carvalho, enquanto Bruno Fernandes entrou como parceiro de Bas Dost na frente de ataque.
O encontro começou intenso, tal como seria de esperar – ou não estivéssemos a falar de um dérbi - com as equipas a quererem mandar no meio-campo, mas a verdade é que, durante o primeiro quarto de hora, não houve ocasiões de perigo para nenhum dos lados.
Aos 19 minutos, contudo, numa altura em que os 'encarnados' tinham mais bola, o Sporting chegou ao golo: remate de Fábio Coentrão, a bola prensa em Rúben Dias e sobra para o coração da pequena área, com Gelson a antecipar-se a Grimaldo e a atirar de cabeça para o fundo da baliza. O lance ainda foi revisto pelo videoárbitro, por causa de um eventual fora de jogo, mas Hugo Miguel validou o golo. Foi, de resto, o primeiro golo do jovem extremo num dérbi.
Perante o cenário de ficar a seis pontos dos rivais – o FC Porto venceu no terreno do Feirense – os ‘encarnados’ arregaçaram as mangas e foram atrás do empate. Oportunidades não faltaram. Aliás, de todos os dérbis com Rui Vitória no comando técnico, este foi, porventura, aquele em que o Benfica mais fez pela vida. O que se torna ainda mais surpreendente, tendo em conta o futebol menos vistoso e consistente das ‘águias’ na presente temporada.
Aos 25', Salvio rompeu pela área adversária, a bola bateu num defesa e sobrou para Jardel, que viu Piccini a cortar a bola na linha de golo. Nove minutos depois, cruzamento na direita do ataque benfiquista, Jonas remata e Coentrão – muito assobiado no regresso à Luz - corta a bola, com os 'encarnados' a pedirem grande penalidade por suposta mão na bola. Na sequência do lance, Krovinovic atirou ao ferro da baliza de Rui Patrício e Jonas, na recarga, falhou por pouco o empate.
O videoárbitro não considerou grande penalidade. Há braço do lateral sportinguista, de facto, mas a bola toca antes na cara do jogador, pelo que se aceita a decisão. Já perto do intervalo, Gelson apareceu nas costas da defesa ‘encarnada’, assistido por Bruno Fernandes e rematou à saída de Varela, mas por cima. Podia ter sido o 2-0, apesar de a toada da primeira parte ter resvalado mais para o 1-1.
A segunda parte começou de forma bem mais tímida por parte das duas equipas. Dois remates de Jonas (48’) e Korinovic (51’), sem grande perigo para Rui Patrício, fizeram com que Rui Vitória percebesse que era altura de arriscar e colocar mais um homem mais frente. Foi assim que Pizzi deu lugar a Raúl Jiménez aos 57’. O Benfica regressava assim ao 4x4x2, com Jonas no apoio ao mexicano.
No outro lado do campo, Acuña (52’) tentava assustar Bruno Varela de longe, mas sem sucesso. Foi nesta altura que o Benfica voltou à carga, recuperando o ritmo com que havia terminado os primeiros 45 minutos: André Almeida (61') cruzou para Jonas, que atirou ao lado, a bola ainda desviou em Coates e quase traiu Patrício. Logo a seguir, foi a vez de Piccini desviar novo remate do brasileiro, com o esférico a seguir o caminho oposto do guardião ‘leonino’, mas a perder-se pela linha de fundo.
Jiménez e Jonas - estava a ser um jogo muito perdulário da parte do brasileiro - continuavam em busca do empate, mas sem efeitos práticos. O Sporting, por sua vez, ia defendendo como podia e tentava sair para o contra-ataque, mas também sem materializar as investidas. Aos 76', já com Rafa em campo (saiu Fejsa) Hugo Miguel voltou a recorrer ao videoárbitro após lance a envolver William Carvalho. A bola bateu no braço do médio leonino na área dos 'leões', mas o árbitro de Lisboa considerou o lance casual e mandou seguir. Um minuto depois, Coates quase traiu Patrício quando tentava interceptar um cruzamento de Rafa.
Com a entrada de João Carvalho para o lugar de Rúben Dias, o Benfica acabava a partida com apenas um central e um médio-centro de raiz. Jorge Jesus, por sua vez, procurava refrescar a sua equipa com as entradas de Bruno César e Bryan Ruiz, mas o pior ainda estava para vir para os 'leões'.
Aos 88', o árbitro assinalou grande penalidade a favor do Benfica, considerando que houve mão de Rodrigo Battaglia a travar o remate de Rafa. Jonas não vacilou e acabou por restabelecer a igualdade (e a justiça) no marcador. E mais não será preciso dizer.
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